O que é isso companheiro?
Parte II
É preciso analisar os últimos acontecimentos políticos sob a luz da razão e não da emoção. A procura de acomodações das lideranças, tanto da oposição quanto da situação, nos diversos partidos, não é comportamento exclusivo de Ingá. Isso é normal e ocorre corriqueiramente no país inteiro, sobretudo às vésperas do final de prazo para filiações. No caso do Sr. Newton e o ex-vereador Raminho terem o seu próprio partido, o PRB, segue essa rotina e é fruto do perverso e desajustado sistema eleitoral brasileiro permissivo da proliferação de partidos nanicos, muitos deles com, digamos assim, “comportamentos não republicanos”. Essa promiscuidade partidária não causa estranheza para quem acompanha o dia a dia da política brasileria. E assim como Mendonça, Burity, Pierre, Zé Rodrigues, Murilo, Marrinho, que já trocaram de partidos de acordo com suas conveniências, os Raminhos, Newtons e Vinicios da vida tem o mesmo direito de ter o seu próprio partido ou filiar-se de acordo com suas conveniências também. Agora, as escolhas e o destino que cada um tomará, serão outros quinhentos que o eleitor avaliará. Terá coerência? Atrairá seguidores? Serão leais a que? às convicções ou ao poder monetário? Quais consequências? Bom, aí caberá aos eleitores julgarem.
O fato do PSB local, mesmo estando com o poder da caneta na mão, não ter conseguido atrair lideranças para si, algo errado está havendo com a própria direção do partido. Não é justo procurar a culpa em outras pessoas ou agremiações partidárias. Da mesma forma como uma classe inteira de alunos não aprende uma lição e tira notas baixas, a culpa não está no alunado e sim no professor. Companheiro Vavá, é preciso fazer uma melhor avaliação e uma mea culpa. Uma liderança não se constrói de uma hora para outra. Não se consolida uma liderança inicialmente calcada apenas na imposição, pelo cabresto. Uma liderança é conquistada na base da convivência, da luta comum por um ideal, da confiança, solidariedade, admiração e carisma. O verdadeiro líder não é temido, é seguido. Um líder pode ter poder e não ter autoridade. E ter autoridade não necessita ser autoritário. No livro O Monge e o Executivo, ensina bem como ser um líder servidor. Se o objetivo maior seria a união, então desde o início, o PSB deveria disponibilizar a legenda, um encontro municipal, atrair as diferentes lideranças da oposição, para só depois, com o decorrer do tempo e trabalho, escolher o melhor caminho e quem o lideraria. A meu ver, foi feito justamente o caminho contrário. Lançou precipitadamente uma candidatura própria sem ter base popular para tal e partiu para a luta nos bastidores, acentuando ainda mais a divisão local. Por outro lado, a característica da gestão Ricardo Coutinho de pactuar ações diretamente com os prefeitos, bem como via orçamento democrático, do ponto de vista ético é perfeito. Porém, do ponto de vista político tem sido um desastre, pois tem deixado à margem os deputados votados nas regiões e as lideranças locais que o apoiaram, enfraquecidas. Nesse vácuo, com a habilidade política do secretário Marcio, o prefeito Lula tem ficado inteiramente a vontade para atrair oposicionistas que se assustam com a atual divisão das oposições, qual um barco se rumo. Isso tudo agravado sobretudo, pela atitude também do ex-prefeito Antonio Burity que não deixa nada crescer na oposição que não esteja a seu lado, agindo como se fosse o poderoso de antes. Pena que não tenha humildade suficiente para aceitar o aparecimento e crescimento de novas lideranças. Mas, mesmo assim, faltando um ano para as eleições, ainda há tempo de conserto e o companheiro Vavá tem uma importância fundamental neste sentido. Não é hora recuar e deixar o companheiro Zé Rodrigues sozinho nesta empreitada. Precisamos da união e da solidariedade de Pierre, Mendonça, Murilo, Marrinho e outras lideranças. Companheiro Vavá, não é hora de abandonar o barco na primeira tempestade. A oposição, o Ingá, precisa de você.
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