Pular para o conteúdo

Tabuleiro político treme após ‘namoro’ entre os dois maiores desafetos da política paraibana que podem selar aliança decisiva na eleição de 2014

Tabuleiro político treme após ‘namoro’ entre os dois maiores desafetos da política paraibana que podem selar aliança decisiva na eleição de 2014

Já não é segredo para ninguém que estão bem adiantadas as conversas de bastidores entre os emissários do governador Ricardo Coutinho e do senador Cícero Lucena para que componham a mesma chapa nas eleições do próximo ano, caso a aliança entre PSB e PSDB seja mantida.

E não haveria nenhuma revolução se isso acontecesse.

Afinal, pensar numa aliança entre Eduardo Campos e Jarbas Vasconcelos em 2010, quando ambos se engalfinhavam numa guerra pelo Governo de Pernambuco também era utopia. Em 2012, ambos se uniram no mesmo palanque nas eleições municipais do Recife e continuam firmes no casamento político. Por ironia do destino, Jarbas é hoje o maior cabo eleitoral da candidatura presidencial do seu ex-desafeto.

 

Ontem durante uma entrevista concedida na rádio Arapuan FM, Cícero antecipou o seu “posicionamento light” caso a aliança do PSDB com o governador Ricardo Coutinho seja mantida para 2014.

“Assim como defendo uma tese de candidatura de Cássio, não serei radical caso essa minha tese seja derrotada. Sou um político e participo de um partido que toma as decisões de forma democrática e, se democraticamente essa for à decisão da maioria, nós não podemos ser radicais, pois da mesma maneira que eu quero que minha opinião seja ouvida, eu também tenho que ouvir a opinião dos outros”, declarou o senador.

Para muitos aliados do governador Ricardo Coutinho, a aliança com Cícero representaria um encontro de duas pessoas que tem um objetivo em comum: o desenvolvimento da Paraíba.  

Segundo o presidente estadual do PSB e um dos porta-vozes do governador Ricardo Coutinho, Edvaldo Rosas, a adesão de Cícero ao projeto girassol trata-se de um “fato novo e importante, que representaria um grande reforço para a reeleição do governador”.

Ainda de acordo com o dirigente socialista, “Cícero tem um eleitorado consolidado em João Pessoa e não se pode negar.”  

Oposição reage

 Já o senador Vital do Rêgo (PMDB), forte opositor do governador Ricardo Coutinho, prefere não comentar a possível aliança entre os ‘ex-desafetos’, porque não acredita que ela venha a ser concretizada. Vitalzinho adianta que o seu colega no Senado é um líder que não pode ser subestimado:

“Cícero é um cidadão do bem. Um líder com a sua história não pode ser subestimado. Ele sabe que nós do PMDB temos os braços abertos para agregá-lo de forma verdadeira”, afirmou.

O senador peemedebista ainda acredita que Lucena estará na composição do seu irmão Veneziano em 2014:

“Eu confio que ele esteja com Veneziano. Conosco ele teria o espaço e o apoio que precisasse, sem passar nenhum constrangimento.”

Para o cientista político da PUC-SP, Fernando Fonseca, uma aliança na Paraíba entre Cícero Lucena e Ricardo Coutinho, inimigos por mais uma década, seria mais uma prova da falência do sistema político brasileiro e da atual fragilidade das alianças eleitorais.

“É algo semelhante com a aliança entre Lula e Maluf em São Paulo. Chega a ser uma incoerência política em busca de um pragmatismo com o objetivo exclusivo de vencerem as eleições na Paraíba e se manterem em seus cargos”, diz o cientista.

Por fim, para Ricardo Coutinho, que já ouviu cobras e lagartos de Cícero Lucena, agora é de hora extravasar o grito preso na garganta e cantar: “Vai comer na minha mão; vai provar do que eu te der; se quiser meu coração; vai ter que beijar no meu pé”.

Pelo menos manchetes como essas, talvez, nunca mais sejam lidas:

E você, o que pensa de tudo isso? Opine no espaço destinado aos comentários.

PB Agora