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Blog do Vavá da Luz

SÓ ACEITE SE FOR NO CARTÃO : Preso dá cheque sem fundos para pagar fiança

Pastor e empresário, Wladimir Furtado tenta
arrecadar 109 mil reais para não voltar à cadeia. Ele é dono de empresa
de fachada que recebeu 2,5 milhões

        Agentes da Polícia Federal durante a Operação Voucher - 09/08/2011

Agentes da Polícia Federal durante a Operação Voucher – 09/08/2011

Entenda o caso


  1. • No dia 9 de agosto, a Polícia Federal (PF) desencadeou a Operação
    Voucher e prendeu 36 pessoas suspeitas de participar de um esquema de
    corrupção no Ministério do Turismo. Entre os presos estavam o
    secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, o
    secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo e
    ex-deputado Colbert Martins da Silva Filho, o ex-presidente da Embratur,
    Mário Moysés
  2. • O foco da investigação: um convênio firmado entre o Ministério do
    Turismo e o Ibrasi, em 21 de dezembro de 2009, para capacitação
    profissional para fomento do turismo no Amapá. O convênio, no valor de
    4,4 milhões de reais, tinha como principal objetivo qualificar 1.900
    pessoas em cursos presenciais e à distância
  3. • O Ibrasi contratou cinco empresas de fachada para simular a
    realização do serviço previsto no convênio. Em vez de realizar cotações
    prévias, como manda a lei, o instituto as simulou. Escolheu empresas
    cujos sócios tinham ligação com o Ibrasi 
  4. • As empresas contratadas foram: Cooperativa de Negócios e
    Consultoria Turística (Conectur); Sinc Recursos Humanos e Automação
    Ltda; Barbalho Reis Comunicação e Consultoria Ltda; Manhattan Propaganda
    Ltda e Luaxe Produções, Promoção Comercial e Eventos Ltda
  5. • Depoimentos dos investigados, entre eles diretores da Conectur,
    implicaram a deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) no esquema de
    corrupção. Ela foi autora da emenda que deu origem ao convênio entre o
    Ministério do Turismo e o Ibrasi

 

“A gente não tem condições de arcar com um valor desses, que é muito
alto. A gente está pedindo um pouquinho para cada um”, explicou a mulher
dele, Darley Furtado, ao site de VEJA. Furtado é dono da Cooperativa de
Negócios e Consultoria Turística (Conectur), empresa de fachada sediada
na periferia de Macapá, que recebeu 2,5 milhões de reais do Ministério
do Turismo em um convênio apontado como fraudulento pelo Tribunal de
Contas de União (TCU) e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Apelo – O relógio joga contra o pastor-empresário: ele
precisará reunir os 109 mil reais (200 salários mínimos) ainda nesta
segunda-feira se não quiser voltar à prisão, de onde saiu na madrugada
de sábado. Por isso, Furtado fez nesta segunda-feira um apelo por
doações em uma emissora de TV do Amapá.

Furtado nega envolvimento em fraudes: diz que as irregularidades, se
aconteceram, são de responsabilidade do Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento de Infraestutura Sustentável (Ibrasi) – centro das
investigações da Operação Voucher, da Polícia Federal (PF). Ele também
nega ter afirmado que a deputada Fátima Pelaes (PT-AP) lhe pediu que assinasse o milionário contrato suspeito.

O empresário foi preso na terça-feira junto com outras 35 pessoas que
operavam um esquema de desvios em contrados do Ministério do Turis

Um dos presos na Operação Voucher da Polícia Federal (PF) – que, na
semana passada, desmontou um esquema de fraudes no Ministério do Turismo
– deu um cheque sem fundos para pagar a fiança de 109 mil reais e
deixar a cadeia. Agora, Wladimir Furtado, que é pastor evangélico, tenta
arrecadar o dinheiro junto a familiares, amigos e fieis da Assembleia
de Deus Casa de Oração Betel, em Macapá (AP).

Foco de corrupção Para fraudar o convênio que
firmou com o Ministério do Turismo em 21 de dezembro de 2009 , o Ibrasi
contratou cinco empresas de fachada. Quase todas elas tinham entre seus
sócios pessoas próximas a diretores do próprio Ibrasi. A exceção é a
Conectur. Como indicam os depoimentos de alguns dos investigados pela
PF, essa empresa já era um foco de corrupção. 

Diálogos gravados pela PF com autorização da Justiça, aos quais o site de VEJA teve acesso, sugerem que o próprio Ministério do Turismo determinou a contratação da empresa pelo Ibrasi.
É o que diz Maria Helena Necchi, diretora da ONG, em conversa
telefônica interceptada e que faz parte do relatório dos investigadores:
“A Conectur foi contratada quando a gente chegou aí porque era
orientação do Ministério, tinha que ser uma empresa que estava aí”.