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Blog do Vavá da Luz

SER PROFESSOR VALE A PENA ? (Prof. Marcos Bacalháo)

 

“ Um professor é a personificada consciência do aluno;  confirma-o nas suas  dúvidas; explica-lhes o motivo de sua insatisfação e lhes estimula a vontade de melhorar.(Thomas Mann)

 

            Veja que educar não é uma tarefa simples, mas é um ofício que vamos aperfeiçoando ao longo de nossa vida profissional. O tempo que atuamos como professor, em sala de aula, nos garante certa experiência, mas é certo que, como ofício, educar sempre é um processo de permanente construção.

           

Às vezes, determinadas experiências pedagógicas marcantes acabam imprimindo caráter de perpetuação de nosso jeito de ensinar. Por isso mesmo,sempre é importante separar, para compreender, os “os ossos de nosso ofício” da dureza da realidade em que estamos a atuar, em nossas escolas e semear esperança.

           

O que define as pessoas é a capacidade de criar, de pensar e sua condição de liberdade.Certo é que nem sempre os conhecimentos que julgamos importantes batem com as necessidades, desejos e angústias das nossas crianças, adolescentes, jovens ou mesmo adultos. E nem sempre nos sentimos preparados para contornar os embaraços que estas situações provocam  em nossa sala de aula.

           

De acordo com o que reza nossa Constituição, “ a educação, direito de todos e dever do estado e da família, visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação, para o trabalho.” Esses conceitos são abstratos, mas fundamentais para a compreendermos o sentido de nosso ofício de educar. Trata-se  de compreender que a educação invoca a integridade, envolvendo todas as dimensões do ser humano. Neste sentido, educar significa construir as possibilidades de nos humanizar, de nos fazermos gente, sempre e em todo lugar.

           

Quem de nós trocaria de profissão? A maioria não trocaria, apesar de admitir a dificuldade  de educar numa sociedade que educa na contramão da escola. Já a questão da realização pessoal de cada um e cada uma na escola tem a ver com as expectativas que construiu ao assumir a educação, como também com o grau de frustrações que acumulou ao longo de nossa vida profissional.

           

Nem a escola e nem a família, sozinhas, mudarão o mundo se o  mundo não decidir que é preciso mudar. Por isso mesmo, enquanto esta consciência coletiva não for majoritária na sociedade, nosso ofício de educar continuará árduo e penoso, não reconhecido.

Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”,

           

Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda. Sejamos, pois, sempre portadores e agentes da esperança. E nos mantenhamos sempre dispostos a aperfeiçoar o ofício de ensinar pelo qual doamos uma vida toda. Tenho dito!