Certa feita no bar de tiba um amigo falando muito de gaia, eu disse :
O chifre é um troço tão vilão
Que o Bom Deus quando o mundo foi criar
Procurou um sujeito pra botar
Pra começo, botou logo no cão
E pra sua maior decepção
Ele usa onde quer que apareça
O amigo também nunca se esqueça
Já que falar de chifre ele insiste
Que essa estória de chifre não existe
É coisa que ele só tem na cabeça
Quando Junior de Z… e o meu Júnior estavam em situação periclitante, abandonados, chifrados, pelas namoradas, um na casa da mãe e outro na casa do pai. O de Zeca, comprou uma égua maninha e passava
O dia todinho alisando a marmita aqui em casa, o juninho meu, perdeu tudo, mulher, namorada, morada
E ainda levou um processo
Meu amigo juninho, esse de Z…
Considero um sujeito popular
No detran foi um chefe exemplar
Não deixava cair nunca a peteca
Hoje anda somente de cueca
Amargando os percalços desta raia
Fulaninha botou-lhe um par de gaia
Com fulano hoje vive a desfilar
Ele tenta em vão se conformar
Com uma égua que tem na minha baia
Mas o outro juninho, o de vavá
Demonstrou o tamanho da competência
Pois perdeu duma vez e sem clemencia
A mulher, cinco putas e coisa e ta
Hoje mora na casa de Vavá
Num quartinho sombrio e sem janela
Passa dia e noite pensando nela
Dessa vida o pobre só reclama
Levou chifre e processo de fulana
Inda espera casar com a donzela
vavadaluz