
Segundo o documento, a primeira razão para a decisão coletiva sem precedentes na história da PGE-PB foi estimulada pelo “tratamento desrespeitoso com a categoria”, por parte das secretárias Livânia Farias (Administração) e Aracilba Rocha (Finanças), durante reuniãoda equipe econômica com a diretoria da Associação dos Procuradores do Estado da Paraíba (Aspas), nesta quinta-feira, 13. Elas chegaram a sugerir que, como bons profissionais, os integrantes do quadro se submetessem a concursos para deixar a carreira, afirmando ainda que parte da categoria não trabalharia e que a realidade de deficiência estrutural teria sido opção dos servidores.
O sucateamento da PGE-PB e a usurpação diária das prerrogativas dos procuradores – com a ocupação dos cargos de Consultor Jurídico e coordenadores jurídicos das secretarias por pessoas que não integram a carreira – também são apontados como fatores preponderantes para o pedido de exoneração coletiva. No documento, ainda, é apontada uma série de outros motivos que contribuíram para o desgaste que resultou na iniciativa corporativa dos ocupantes de cargos comissionados na Procuradoria Geral do Estado.
De acordo com a presidente da Aspas, Sanny Japiassú, o pedido de exoneração coletiva foi decidida em assembleia na manhã desta sexta-feira. Apenas o procurador Sebastião Lucena, gerente regional do núcleo de Monteiro, não seguiu os colegas na iniciativa, mas foi respeitado em sua decisão.
Para Sanny, mais do que um ato coletivo inédito, o documento que pede a exoneração dos principais cargos de confiança na estrutura da PGE paraibana é também uma ação de autoafirmação dos procuradores em prol da valorização da carreira e um basta a um processo histórico de usurpação das prerrogativas de uma categoria essencial para o funcionamento do Estado, mas que tem sido tratada com desrespeito sem limites pelo governo, embora tenha registrado resultados expressivos em favor dos cofres estaduais nos últimos anos.