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Blog do Vavá da Luz

QUANDO O PATRIOTISMO SE LIVRA DE UMA PATRIOTADA (Chico Pinto)

chicoO diplomata brasileiro Eduardo Saboia, responsável pela organização do plano de fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina,  recluso na embaixada do Brasil em La Paz, por mais de 430 dias, por ordens expressas do cocaleiro presidente Evo Morales,  praticou um ato justo que merece entrar para a história decente e recente da diplomacia do Brasil.

     Contrariando a submissão do Governo brasileiro aos caprichos do truculento presidente da Bolívia, que não permite oposição em seu quintal, o diplomata Saboia através do seu ato corajoso e humanitário, conseguiu resgatá-lo e evitar que o tirano Morales cometesse um crime atroz dentre do quintal da própria embaixada do Brasil, negando-se a conceder um salvo conduto que permitisse a vinda para o Brasil do preso político.

E, o pior nisso tudo, é o fato de Brasília está consciente da situação e nada fazer para impedir que o crime fosse realmente concretizado. O Itamaraty, através do chanceler Antônio Patriota e,  consequentemente, a presidenta Dilma, sabiam da deterioração do estado de saúde do senador e nada fizeram para tirá-lo das garras  de Morales, apesar do Brasil já ter concedido asilo político à Molina há bastante tempo.

Asilado na embaixada brasileira em La Paz, por cerca de 15 meses, o senador boliviano já apresentava deterioração no seu estado de saúde, pois já aparentava desânimo, baixa resistência imunológica, sinais de depressão, pressão alta, alteração nos batimentos cardíacos e inapetência. Teria de submeter-se a uma bateria de exames e a um bom tratamento. Mesmo informado o Itamaraty emudeceu.

Sentindo o quadro se agravar e de ter um cadáver na sua ante-sala,  o embaixador Eduardo Saboia, num ato de humanismo e coragem, resolveu agir e evitar que o Brasil ficasse mais uma vez de cócoras diante do impetuoso Morales, um adepto do ditador Fidel Castro e do não menos ditador Hugo Chaves, que a todo custo queria se vingar de Molina por tê-lo denunciado de participar de conivência com o tráfico de drogas na Bolívia.

Há de se indagar se o diplomata brasileiro na Bolívia, Eduardo Saboia, poderia por conta própria, a revelia de seus chefes hierárquicos,  decidir dar fim ao cativeiro de mais de um ano do senador Roger Molina, mas é bom qu e se diga também, que o Governo do Brasil não poderia ficar omisso, por tanto tempo, diante de mais uma pirraça da Bolívia, que merecia uma resposta altiva, corajosa e humanitária, por parte das autoridades de Brasília.

Foi graças a uma atitude corajosa que o senador Molina ficou livre do cativeiro e o Brasil de uma humilhação que, talvez,  o leve a nunca mais se agachar diante de um fantoche aprendiz de ditador.

Em vez de “patriotada” o Brasil precisa mesmo é de patriotismo e nisso Saboia contribuiu. Já Patriota, em verdade foi despachado, e vai fazer papel de bobo agora lá na ONU.