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Blog do Vavá da Luz

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO DE AUGUSTO DOS ANJOS COM COMENTARIOS DO PROF. MARCOS BACALHÁO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

                                               Monstro de escuridão e rutilância,

                                               Sofro,  desde  a epigênesis da infância,

                                               A influência má dos signos do zodíaco.

                                               Profundíssimamente hipocondríaco,

                                               Este ambiente me causa repugnância…

                                               Sobe-me À boca uma ânsia análoga `ânsia

                                               Que se escapa da boca de um cardíaco.

 

                                               Já o verme – este operário das ruínas –

                                               Que o sangue podre das carnificinas

                                               Come, e à vida em geral declara guerra.

 

                                               Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

                                               E há de deixar-me apenas os cabelos,

                                               Na frialdade inorgânica da terra!

 

            A PSICOLOGIA NUNCA PODERÁ DIZER A VERDADE SOBRE A LOUCURA, POIS É A LOUCURA QUE DETÉM A VERDADE DA PSICOLOGIA.

 

COMENTÁRIO: Na minha opinião , ele  relata uma mistura química que resulta no nascimento dele, ter nascido já com um defeito psicológico “ a obsessão que tinha por está doente”… Ele devia freqüentar hospitais o que ele julga ambiente repugnante.

A vontade da boca de um cardíaco, talvez a ânsia por um remédio, o sentimento de que está doente  o faz pensar que os vermes o aguardam e que ele nasceu Orgânico e sumira como inorgânico, que o (Carbono Amônia)NH4 substância que pode dar origem a aminoácidos, que juntos formam proteínas (base  estrutural da vida).

É uma alusão simples à natureza humana, que acabará comida pelos vermes que

nos  espreitam. Acho que este poema é uma crítica a toda a natureza humana.

            No primeiro verso, “Eu, filho do carbono e do amoníaco” ele se refere, com certeza, à composição do organismo humano> E ele Augusto, ao se definir como mero filho de átomos e moléculas, desce ao limite da materialidade biológica, pois ele se se encontra numa dimensão onde não há alma ou espírito, apenas corpo.

            Acredito que é essa a interpretação correta. O autor queixa-se de ser mera carcaça e por isso,” filho do carbono e do amoníaco

 

 

 

Ingá, março de 2013 .”