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Blog do Vavá da Luz

PROFESSOR INGAENSE LANÇA LIVRO “RETRATOS DA HISTÓRIA E RESQUÍCIOS DE MEMÓRIAS” SOBRE INGÁ

O livro está sendo vendido ao preço acessível de R$ 20,00 que poderá ser adquirido com o próprio autor, ou com Cristiane na loja de informática localizada na esquina do pátio do mercado público de Ingá. Recomendamos sua compra aos verdadeiros ingaenses.

 

Ingá é uma terra muito rica em histórias e pré-histórias que até aqui nunca foram contadas. Na verdade, o único livro que Ingá tinha como fonte de sua história era a versão “Uma História do Ingá” (1993),composto pelas pesquisadoras Maria Helena Cavalcanti, Regina Célia Gonçalves e Vilma de Lurdes Barbosa de Souza, sob a coordenação de Rossana de Souza Sorrentino, que foi produto do Projeto “Resgate do processo Histórico e Cultural dos Municípios Paraibanos”, elaborado pela Coordenadoria de Estudos Históricos e Culturais do Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual. 

LEIA O PREFÁCIO:

Contudo, este projeto tinha por objetivo apenas atender às necessidades relativas à educação nos municípios, principalmente no que se refere à elaboração de materiais didáticos e reciclagem do corpo docente dos ensinos fundamental e médio sobre História Local. Por isso, acabou sendo um livrinho genérico e opaco, elaborado por um grupo forasteiro sem qualquer vínculo com a personalidade pulsante do lugar.

Mas isso não é uma realidade exclusiva do Ingá, a maioria dos municípios da Paraíba é desprovida de historiadores acadêmicos com interesse no resgate das raízes históricas de seu lugar e, conseqüentemente, não possui sequer uma versão ou esboço de sua história. Por isso, quando emerge um historiador patrício interessado em historiar sua terra é sempre um motivo de muita satisfação, porque, além de ser um contributo à macro-história, é uma visão historiográfica local que consegue transcrever com fidelidade as perspectivas, valores e entendimentos do povo. Pois é escrito por um elemento originário deste mesmo povo.

O município do Ingá é terra de personalidades como João Martins de Athayde, que foi o maior editor de literatura de cordel de todos os tempos; Mirian da Luz e Silva, importante escritora e cronista; Antônio Hortêncio Cabral de Vasconcelos, inventor, musicista e poeta; o jornalista Severino Marcos de Miranda Tavares, autor de vários livros de poesia, e Walter Mário Gois da Luz, mais conhecido por Vavá da Luz, reconhecido por suas poesias e “causos”; Ingá também é terra da Pedra do Ingá, uma

das maiores celebridades rupestres do mundo que até hoje guarda selado na rocha um inacessível segredo da aurora da humanidade. Porém, há muito Ingá estava precisando trazer à luz uma nova personalidade das letras que pudesse decantar sua aldeia com propriedade. Alguém que tivesse bebido das águas do Bacamarte.

Eis que, com ares bucólicos, um jovem professor ingaense se inspirou a tecer uma história original desta terra, que se destinasse aos filhos da terra e fosse capaz de, de maneira instigante e didática, fazer o povo pensar e questionar velhos dogmas arraigados na historiografia deste município. O nome deste historiador ingaense é Alexandre Ferreira e a obra se chama “Ingá: Retalhos da História… resquícios de memórias”.

O livro não é desses do tipo “control-C, control-V”. É incrivelmente original e, além de recolher fatos, também rememora lembranças da terma infância do autor, assim como narrativas e lendas que ouviu de seus antepassados, sobre a escravidão, o período áureo do algodão, os levantes populares, cangaceiros que circundaram a região, os antigos cabarés, técnicas de artesanato local; imaginários sobre a Pedra

do Ingá e muitos outros aspectos miúdos que escapariam facilmente àqueles que não são do lugar.

 O livro também é ousado. Alexandre traz questionamentos sobre a origem do topônimo Ingá, sobre quem de fato seria a santa padroeira da cidade e também alude o desdenho da população do ingá em relação a sua famosa rocha com inscrições. A propósito, como se trata de um filho da terra, honesto com suas perspectivas, este desdém à Pedra está presente nas linhas e entrelinhas da obra.

De modo geral, sua história do Ingá, embora instigante e pitoresca, não é conclusiva. Até porque o livro está totalmente imerso na sépia do passado, fazendo apenas raras e tímidas projeções do contemporâneo sem reavivar suas cores. Porém, seria querer demais exigir do meu amigo historiador que ele tivesse esgotado a matéria ao nos apresentar esta obra, pois ele próprio é ciente de que apenas está tocando na ponta do iceberg de uma História que ainda pode ser recheada com muitos exemplos de fatos e concepções históricas.

Neste livro, Alexandre esta abrindo a janela de sua alma, de sua inteligência e de seu coração patrício para que outros estudiosos também possam penetrar e novos aspectos possam ser considerados, aprofundados e apontados sob outras vertentes socioculturais.

Congratulo este jovem historiador pela coragem, perspicácia e notabilidade de sua obra, que, definitivamente, entrará para os anais da história do Ingá.

 

 

                                                         Campina Grande, 01 de Setembro de 2012

                                                                             Prof. Vanderley de Brito

                                                                                              Historiador/SPA

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