Pular para o conteúdo

PROF. MARCIANO DANTAS EM : A Globalização e seus Problemas

  • por

A GLOBALIZAÇÃO E SEUS PROBLEMAS

O fato de que a retórica celebratória da globalização tenha um caráter abertamente ideológico e mistificador, não significa que se deva desconhecer que vários dos processos e transformações estruturais que ela aponta são reais e que, como efeito desigual e combinado deles, o mundo atual se tornou cada vez mais interdependente.

Um dos resultados imediatos do fim da Guerra Fria (disputa política, ideológica, militar e econômica entre as duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial: EUA X URSS), foi pôr em evidência mudanças de diferentes índoles (econômicas, políticas, estratégicas, tecnológicas, culturais, organizacionais, jurídicas etc.), que vinham se gestando há várias décadas, no sentido de uma intensificação e uma extensão nunca antes experimentadas de interconexões entre estados e sociedades civis.

Com o processo da globalização, houve um crescente fluxo de capitais, mercadorias, pessoas, ideias, valores, imagens, criminalidade, doenças, informações, conhecimentos. Ao mesmo tempo, tais desenvolvimentos de tendências integradoras de alcance global resultam indissociáveis de outros desenvolvimentos não menos evidentes de signo contrário, como à fragmentação e à desintegração dentro e entre as nações. Com esse processo, nacionalismos étnicos, fundamentalismos religiosos, guerras civis, desigualdades crescentes entre países ricos e países pobres, xenofobia e racismo, aumento da pobreza e exclusão social, tem aumentado entre os lugares do globo.

A  globalização e a fragmentação nos mostram que ambos são duas faces de processos estreitamente vinculados entre si, que marcam uma profunda incerteza do mundo Pós-Guerra Fria, que é emitir sinais múltiplos, complexos e contraditórios. Por um lado, abrem-se pistas de cooperação internacional na direção de uma necessária “nova ordem global”, a qual, de maneira precipitada e interessada, foi até 1991 euforicamente celebrada pela comunidade internacional, em função da queda do Muro de Berlim e das revoluções na Europa Central e Oriental, na expectativa de avanços do multilateralismo em matéria de segurança coletiva, comércio, desenvolvimento sustentável e promoção da democracia, direitos humanos, equidade e ação humanitária.

A globalização, ao trazer benefícios para a população, como uma maior aproximação dos lugares, a apropriação de bens que, em épocas anteriores seriam quase impossíveis para a população de baixa renda, dentre outras melhorias apresentadas por esse processo, também traz seus problemas. Com a globalização, tem-se aumentado inúmeros problemas, como é o caso do desemprego, pois com esse processo, uma intensa robotização tem atingido as fábricas, gerando o chamado desemprego estrutural. É comum também ocorrer crises econômicas, principalmente nos países subdesenvolvidos, gerando o chamado desemprego conjuntural.

Com a globalização aumenta, também, a exploração por parte dos países ricos sobre os países pobres, visto que as grandes corporações, as chamadas multinacionais ou transnacionais, cuja a sede da maioria dessas empresas estão instaladas nos países desenvolvidos, para aumentar seus lucros e diminuir os seus custos, resolvem se instalar nos países subdesenvolvidos, gerando uma maior exploração por parte do trabalhador. Porém, os lucros obtidos por essas empresas vão para os países de origem, pouco beneficiando os países onde se instalam.

E o que fazer para não ficar à mercê desse processo? As pessoas tem que investir cada vez mais na sua qualificação profissional, economizar o máximo que puder e não deixar que os outros explorem sua capacidade produtiva.

Professor Marciano Dantas – Natal/RN