PRIMEIRA E ÚNICA
No turbilhão da vida cotidiana
Há sempre um rosto oculto de mulher
Há no túmulo da existência humana
Alguém que a gente quis e ainda quer
–
E em uma sede de paixão insana
Cego e humilhado, oculto outra qualquer
Mas, sem intimo ardor, de alma profana
Porque a alma me, acordará sequer
–
Chora o sonho bendito e idolatrado
Que confortava com doçura outrora.
E o gozo para sempre sepultado
De uma esperança que se foi embora
–
E vão passando, assim uma por uma
Mulheres e mulheres, como vieram,
Sem depois despertar saudade alguma…
–
Pobre de quem, como eu, vê que infeliz,
Teve todas aquelas que o quiseram,
mas nunca teve aquela que ele quis…!
Ingá outubro de 2011
Marcos Bacalháo