Muito se fala entre os educadores, prefeituras e governos estaduais, sobre o Piso Nacional da
Educação. Foi estipulo o valor de R$ 1.187,00 como o piso para a carga horária
de 40 horas.
Só que se formos analisar esse valor,
veremos que ele é incompatível com o que o professor deveria receber. Primeiro:
esse valor é para quem trabalha com a carga horária de 40 horas, e hoje, na
maioria das prefeituras e nos governos estaduais, a carga horária é de 30 horas
em média, sendo que algumas prefeituras já trabalham com a carga horária de 25
e até de 20 horas. Valendo-se disso, muitos prefeitos e governadores falam que
estão pagando o piso nacional, porém, eles pagam apenas proporcional em cima
das 40 horas, ou seja, é o que já pagavam mesmo antes da aprovação do piso.
Segundo: às vezes, os professores trabalham mais em casa do que na própria
escola, com a elaboração e correção de provas, além da preparação das aulas.
Terceiro: mesmo se o valor do piso de R$ 1.187,00 fosse válido para 30 horas
semanais de trabalho, o valor ainda seria baixo, decorrente da responsabilidade
que o professor tem em formar o cidadão e das condições pela qual passa a
educação pública do país, com escolas sem nenhuma infraestrutura, professores
sendo humilhados e massacrados por pais e alunos etc.
Há também o fato de que muitos professores
tem que trabalhar os três expedientes para poder se manter e manter suas
famílias, pois o salário é muito baixo. O resultado de tudo isso é que a maior parte
desses professores são obrigados a se afastarem do trabalho por algum tempo ou
até mesmo por tempo indeterminado, decorrente de problemas relacionados à sua
cansativa jornada de trabalho, como estresse, problemas nas cordas vocais,
alergias, dentre outros.
Aí vem a questão: será se vale a pena o
professor passar quatro ou cinco anos numa universidade para sair de lá e ser
humilhado perante os governantes e a sociedade?
Portanto, diante desse quadro, nós
professores devemos lutar para reivindicar que o piso nacional seja equivalente
à carga horária de no máximo 30 horas semanais, além de reivindicarem a redução
da jornada de trabalho para 20 horas
semanais, pois só assim, o professor teria mais tempo de preparar suas aulas,
provas e ainda poderia dedicar mais aos afazeres domésticos e familiares.
Professor Marciano Dantas – Natal/RN.