Da tribuna do Senado, Pedro Simon (PMDB-RS) instou a juventude brasileira a participar da marcha anticorrupção convocada para esta quarta (12). Teve o cuidado de avisar: “Não irei à caminhada… O movimento é muito contra nós, os políticos, e com razão.”
Para Simon , falta aos políticos “garra ou vontade de fazer as coisas que deveriam ser feitas. Por isso não vou [à marcha], para não constranger.”
Em verdade, pior do que déficit de vontade para fazer o que deveria ser feito é o superávit de disposição para realizar o malfeito
Lula Marques/Folha
Depois de criados e institucionalizados, os privilégios políticos viram religião. Tomado pelas palavras, José Sarney considera-se uma divindade a ser cultuada.
Sarney concedeu entrevista aos repórteres Carolina Bahia e Fabiano Costa. A certa altura foi instado a comentar o que foi percebido como anomalia.
Como se recorda, o tetrapresidente do Senado usou helicóptero do governo do Maranhão, comandado pela filha Roseana, como se fosse seu.
Em pleno final de semana, voou com a mulher e um casal de amigos para a ilha maranhense de Curupu, de propriedade da família Sarney.
Pois bem. Na opinião do senador, o uso de aeronave estatal para fins particulares é um “direito”.
“Quando esses privilégios foram criados, o objetivo era que os deputados fossem livres e seus salários não os fizessem miseráveis, dependentes dos presidents.” Humm?!?!
“Quando a legislação diz que o presidente do Congresso tem direito a transporte de representação, estamos homenageando a democracia, cumprindo a liturgia das instituições.”
O brasileiro que ouve Sarney fica tentado a perguntar aos seus botões: E se a democracia for isso mesmo?
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