O paraibano de um modo em geral, seja por natureza, índole e bonacheirice é versátil, gosta de tagarelar em tudo que lhe convém e também naquilo que não lhe diz respeito. Mas, quando se trata de eleição, de disputa eleitoral, é catedrático. Geralmente, se transforma em palpiteiro, toma conta da palavra para impor, sem restrições, os seus argumentos e as suas paixões. Não admite, por hipótese alguma, o contraditório.
É como se diz na gíria popular: “Já falei tá falado!..”
Complicado é quando o “papo” entra para a seara da adivinhação, das suposições e dos palpites desordenados. Formam chapas, coligações, escolhem os aliados e “queimam” os adversários. Mal termina uma eleição já começam as conjecturas em torno da próxima. E, isso ocorre da capital ao mais longínquo município do Estado.
Não é difícil observar as enxurradas de análises para as próximas eleições. Em todos os hipotéticos quadros aparecem figuras repetidas, contrariando a tese de que o eleitor busca novidade e não mais aceita aventuras. Esquece que, quando se trata de eleição majoritária, o eleitorado está mais observador e, dificilmente, vota em quem não tem serviços prestados e/ou não mereça a sua confiança.
E, quando o palpiteiro é apaixonado e rancoroso o melhor que se faz é sair de perto ou concordar com as balelas, às vezes, inúteis e patéticas. Caso contrário, a confusão tá formada e o “papo” se encaminha para o lado da aspereza e até mesmo para a agressão verbal.
Já o palpiteiro profissional chega devagarzinho, estuda o ambiente, busca aliados, para em seguida se meter na conversa. Geralmente, vem com uma novidade criada por ele ou por ouvir dizer. Aguarda o silêncio dos curiosos para tascar:
“Tá tudo resolvido, tá tudo dominado e conferido! ..”
E complementa, sem deixar que a sua palavra seja interrompida:
-Tão sabendo que fulano de tal vai se aliar a sicrano? Pois eu tô: Hoje, pela manhã, eles se encontraram com beltrano e já “costuraram” a chapa para 2014 e deixaram prontinha a de 2018. A de 2016, como é para prefeito e vereadores, vão conversar depois”. Deu tudo certo, são favas contadas!
Aí daquele que se aventurar em perguntar se o eleitor vai aceitar tais composições. É ai que a conversa toma novo rumo.
“Que nada meu!.. Eleitor vale nada!.. No dia ele vota em quem “os home” mandar. Deixe de ser besta, pois fulano tem dinheiro e conta com o apoio de sicrano que tem voto e com o aval de beltrano que é amigo dos poderosos lá de riba, lá de Brasília, viu?
E, sem deixar ninguém falar vem logo com a “gororoba” final: “Quem é o trouxa que tem a coragem de se meter com eles que são os verdadeiros donos do Estado?”
Fecha a cortina!..
Ah, como também sou um bom palpiteiro, o meu para a mega-sena é 12 – 13 – 15 – 25 – 45 – 55