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O M E D O ( Prof. Marcos Bacalháo)

     

“ Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem”  (Sócrates)

marcos baclhao

 

 

Tenho medo da violência, da insegurança das ruas, do desemprego, das incertezas quanto ao futuro, da repetição de sofrimentos do passado, de deixar de ser amado, de não ser apreciado, de ser abandonado, de não achar o meu lugar ,          de não manter a posição conquistada. Medo do mundo, medo da vida, medo de nós mesmos, medo dos outros. Enfim, todos nós: crianças, jovens e adultos, precisamos aprender a tomar conta do medo para evitar que o medo tome conta da gente.

           

O medo amigo, é a bússola que nos guia pelos caminhos da vida, apontando perigos verdadeiros dos quais precisamos nos proteger. Ele nos indica o que podemos fazer para evitar o pior. Precisamos obedecer os avisos desse medo. A  criancinha aprende que não pode enfiar o dedo na tomada; a criança maior aprende a esperar que os carros para no sinal fechado para atravessar a rua, o jovem aprende a obedecer as leis do trânsito para evitar acidentes.

           

Existe também o medo inimigo. O medo inimigo, é o sabotador interno que se diverte às custas dos nossos aspectos mais saudáveis, inventando histórias de terror, oprimindo nossa coragem, abordando nossas iniciativas, paralisando nossas ações. É justamente esse medo que precisamos desobedecer, desmascarar, desarmar para fortalecer nossa coragem para correr os riscos necessários ao crescimento pessoal.

 

São esses medos que formam bloqueios e inibições, atrapalhando nossa vida e prejudicando o desempenho a timidez excessiva que não nos deixa uma pessoa que achamos atraente; a insegurança que “dá branco” nos fazendo esquecer tudo o que estudamos, na hora de fazer uma prova; a ilusão de que ficamos protegido deixando de sair à noite, mesmo sabendo que há violência a qualquer hora do dia.

 

Na vida em família podemos ajudar uns aos outros a fortalecer nossa coragem para tirar o poder das histórias do medo inimigo. As crianças adoram encarar o desafio de desobedecê-lo e a sensação de aumentar o poder interior cada vez que superam mais uma etapa, subindo os degraus de uma escada em cujo topo está a meta que querem atingir ou alcançar.

 

No fim desse processo de vencer o medo inimigo, conseguimos rir das histórias que nos apavoram. A pergunta que guia a reflexão e a coragem de começar do ponto mais fácil até o ponta mais difícil é;  O que de pior poderá acontecer se… ? Substituir os pensamentos catastróficos por avaliações realistas do perigo é uma habilidade libertadora de nossas prisões interiores. E a sensação de se soltar das amarras é profundamente agradável.Tenho dito!