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Blog do Vavá da Luz

O INGÁ TEM HISTÓRIA, PODE NÃO TER MEMÓRIA ( por vavadaluz)

Antonio Joaquim do Amaral e Silva é o nome de um dos primeiros habitantes de Ingá.  O “Capitão Amarà” como era intitulado por  ter essa patente comprada, o que era natural à época, aportou pra essas bandas oriundo de Portugal, provavelmente degredado, e em aqui chegando, teve a concessão de uma SESMARIA que englobava seus 7 a 10 mil hectares  de terras na região.

Muito bem, o capitão era brabo,  inimigo pessoal de Antonio Silvino, e comedor de gente, por isso tinha em cada sede de suas fazendas, uma pessoa do sexo feminino par lhe massagear o ego quando de suas visitas de trabalho, com um detalhe muito importante, todos os rebentos(as) produtos desse trabalho, levavam o nome AMARAL e suas respectivas genitoras recebiam pequenas recompensas em forma de terra e criação.

A Casa grande e Senzala onde hoje mora o editor era mais ou menos, a sede de suas propriedades, digo mais ou menos, porque o Capitão vivia em constantes viagens de NEGOCIOS entre Recife e Rio Grande do Norte, parando muito pouco por aqui.

Na casa grande existia um curral de pedras sobre pedras, todo em granito verde(só hoje, após o descobrimento da jazida sabemos a qualidade das pedras), com capacidade para alojar e dar de beber a 1.000 cabeças de gado.

Tangerinos, eram assim chamados os homens que saiam do sertão da Paraíba a pé tangendo uma boiada com destino a Pernambuco, e a casa grande e senzala era parada obrigatória para descanso da boiada e de seus TANGERINOS.

Em uma dessas longas e incansáveis viagens, um Tangerino fazia-se acompanhar por um filho menor, de apenas 11 anos, provavelmente apara aprender a nobre e honrada profissão do pai.  

Acontece que ao se arrancharem, o jovem estava tomado por febre alta e muitas dores e como o pai tinha que seguir caminho, pediu ao então proprietário do  casarão á época, Manoel do Amaral,( Tio TÔTÔ, filho do Capitão )para que o menino que chamava-se JOSÈ por ali ficasse com a intenção de melhora, até sua volta.

Tio Tôtô aceitou a empreitada com tanta boa vontade que quando o Tangerino voltou em busca do filho, este não quis mais seguir o Pai e ficar morando com o tio Tôtô, daí nascia a fera que ficaria famosa como Zé de Tôtô.

E  Zé de Tôtô era um moreno alto, forte, bonitão, foi muito jovem foi ser soldado da Borracha nos seringais do Amazonas, conta-se que por lá sua profissão não foi das mais aplaudidas pela humanidade, pois era CAPANGA dos donos dos seringais e só Deus sabe o resto.

Voltando do Amazonas, Zé de TôTô adquiriu um pequena propriedade no Surrão e ali vivia tranquilamente escondido até o dia em que por motivos até hoje ignorados por nós, degolaram sua amada esposa, Dona Lia.

Uma pseudo amiga fingindo aparar-lhe os cabelos, cortou-lhe o pescoço fria e impiedosamente. Não se sabe se ZÈ de TÕ TÔ começou daí a sua história no CANGAÇO, ou se aguçou sua carreira.

O que se sabe é que a tal Mulher que degolou Dona Lia de Zé, ao tentar embarcar na estação de Ingá, levou 9 tiros de rifle calibre 44, todos atingiram-na,  reviraram seus olhos com punhais e a atravessaram- na linha do trem para que a Maria Fumaça liquidificasse o corpo.

Ela agonizando conseguiu embolar para fora dos trilhos e ao passar um trem de carga, Maquinista e Foguista deparando com aquele corpo, saltaram, colocaram seus globos oculares em orbita(botaram seus Zòi pra dentro) e a levaram para Campina Grande onde escapou e morreu de velha.

E  Zé de TôTô, foram incontáveis suas mortes durante o tempo que viveu fugindo da policia, contam alguns mais exagerados que ele se  transformava em objetos quando a VOLANTE o pegava de surpresa, e já no final de sua trajetória , cercado por mais de vinte policiais, terminou preso e baleado, morrendo por falta de atendimento médico, mas levando consigo a metade dos que foram buscá-lo e deixando todo o restante marcado por balas.

 

vavadaluz

 

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