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Blog do Vavá da Luz

O FALATÓRIO DAS MINISTRAS (Chico Pinto)

Ontem, foi a ministra do Planejamento Mirian Belchior que tirou “onda” com os nordestino, através das suas declarações infelizes relacionadas à seca no Nordeste. Hoje,  é a vez da ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que vem à Paraíba para também “zonar” com a expressiva maioria da população paraibana, que sofre com a calamidade da seca que assola impiedosamente o solo nordestino.

Mirian Belchior, em frente das câmeras do Jornal Nacional, ao tentar justificar a inoperância do Governo Federal diante do atraso das obras da transposição de águas do Rio São Francisco, arguiu apenas que “aquele pessoal tem fé”, se referindo aos milhões de nordestinos atingidos pela forte estiagem, o que não passou de uma declaração simplística, preconceituoso e descabida. 

Agora, vem à João Pessoa a Sra. Tereza Campello, toda perfumada e de barriga cheia, para afirmar que a população nordestina não está passando fome “graças às ações empreendidas pelo Governo Federal”, através das “migalhas” eleitoreiras que chegam a uma pequena minoria da população.

Antes de falar asneiras, caberia a Ministra do Combate à Fome, visitar as regiões atingidas pela seca, se embrenhar pelas veredas estorricadas dos Sertões e Cariris, para comprovar se existe ou não fome na região, e não tentar amenizar o problema com argumentos eivados de omissões.

É tão séria a situação que enquanto a ministra Tereza se deslumbrava com a acolhida que a sua comitiva recebeu em João Pessoa, agricultores nordestinos invadiam Brasília para espalhar esqueletos de animais mortos pela seca em frente ao Palácio de dona Dilma e fecharam a pista na porta do Palácio do Planalto por mais de quatro horas, num sinal claro e evidente de que não estão satisfeitos com as ações governamentais.

Já Sra. Mirian Belchior deveria entender que paciência tem lá os seus limites. Para não falar o que não deve, primeiramente deveria saber que o Governo Federal prometeu que as obras da transposição de águas do São Francisco seriam concluídas este ano, mas apenas 43 foram executados e teve o seu custo inicial passando de R$ 4,5 bilhões e agora já está com previsão de R$ 8,2 bilhões. Pior ainda, parte das obras que foram concluídas, já precisam de reparos e de mais recursos.

Os argumentos tanto da Sra Mirian como de dona Tereza só comprovam o completo desconhecimento das autoridades federais para com a problemática nordestina. E, se não for falta de conhecimento, fica claro que trata-se simplesmente de omissão já que não levam a sério os danos sociais e econômicos provocados pela seca no Nordeste.

Argumentar que a atual seca não é tão grave porque no passado as consequências eram mais danosas, é querer, conforme afirmou o senador Cássio Cunha Lima, “amesquinhar a discussão”.

Em vez do falatório inoportuno das Ministras da Presidente Dilma, o semi-árido nordestino precisa de ações concretas e definitivas, pois, somente assim, a fome deixará de campear toda vez que falta chuva na região.