Como saber se uma população possui bons níveis de saúde?
Para avaliar a saúde de uma população, existem numerosos indicadores sociais. O mais importante deles é a mortalidade infantil, ou seja, o número de crianças que morrem antes de completar um ano de idade para cada mil nascidos vivos. Esse indicador é importante, não apenas porque nos diz muito do perfil socioeconômico da região: em geral, quanto mais pobre a população, maior a taxa de mortalidade infantil. Há exceções: Cuba, é um país pobre, mas tem uma taxa de mortalidade relativamente baixa, semelhante à dos Estados Unidos.
A taxa de mortalidade infantil no Brasil caiu 61,7% entre 1990 e 2010 – de 52,04 mortes por mil nascimentos em 1990 para 19,88‰ em 2010, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar dessa redução, essa taxa no país ainda é considerada alta, visto que países considerados subdesenvolvidos ou emergentes, possuem uma taxa bem menor que a brasileira, como é o caso do Chile (6,48‰), Cuba (5,25‰), China (15,4‰), México (16,5‰), Colômbia (15,3‰) e Argentina (12,8‰).
Outro indicador é a expectativa de vida ao nascer: quantos anos podemos esperar viver, em média, ao nascer? Esse também é um indicador muito influenciado pela conjuntura. Um terceiro indicador: o coeficiente de mortalidade materna, que é o número de óbitos ligados à gestação, parto e puerpério (período pós-parto) dividido pelo número de nascidos vivos. Também nos interessa saber que doenças causam mais mortes na população. Quando são más as condições de vida e de saúde, é elevado o número de óbitos por doenças transmissíveis: significa que a população não está sendo adequadamente vacinada, que as condições de saneamento são más, que as pessoas estão desnutridas, portanto, propensas a tais doenças. Em contrapartida, à medida que a situação de saúde melhora e que as doenças transmissíveis vão sendo vencidas, a expectativa de vida aumenta e, por conseguinte, aumentam as doenças que acometem pessoas mais velhas como as cardiopatias.
A expectativa média de vida do brasileiro, também melhorou nas últimas décadas. Em 2000, a esperança média de vida dos brasileiros era de 70 anos, em 2010 passou para 73,1, de acordo com o IBGE. Isso significa que o país está aumentando o número de idosos, que é uma tendência mundial. O envelhecimento da população, mostra que tem melhorado as condições de vida do povo, porém, é seguida de preocupação, pois aumenta o número de pessoas aposentadas e, consequentemente, o Governo tem que aplicar cada vez mais recursos na previdência, além da diminuição da População Economicamente Ativa (PEA), que compreende a todos as pessoas que trabalham e recebem remuneração pelo seu trabalho. Há países, como é o caso de alguns europeus, como a Alemanha, da Rússia e da Bélgica, onde já há a falta de trabalhadores para suprir a mão de obra desses países.
Dentre os fatores que contribuíram para melhorar o nível de saúde do brasileiro, estão as melhorias nas condições habitacionais, os programas sociais do governo, como o Bolsa Família, o Bolsa Escola, dentre outros. A descoberta da cura de certas doenças, também tem contribuído para melhorar o desempenho da saúde do brasileiro.
Apesar disso, muita coisa ainda precisa ser feito para melhorar as condições de saúde da população, como diminuir os índices de violência, aumentar os investimentos em saneamento básico, promover a construção de moradias dignas para a população, dentre outras.
Professor Marciano Dantas – Natal/RN