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Blog do Vavá da Luz

MP PODE PEDIR PRISÃO DOS DONOS DA BAOTE KISS

 Além de Kiko Spohr (centro) e seu sócio Mauro Hoffmann, promotora criminal de Santa Maria, Waleska Flores Agostini, também estuda incluir integrantes da banda Gurizada Fandangueira e outros envolvidos na tragédia que matou 233 pessoas; em nota, advogados da Kiss alegam que episódio excedeu a toda normalidade e previsibilidade de qualquer atividade empresarial; sem alvará, plano contra incêndio e alarme, estabelecimento tinha apenas uma saída de emergência

247 – O Ministério Público cogita pedir a prisão dos donos da boate Kiss, Mauro Londero Hoffmann e Elissandro Callegaro Spohr, de integrantes da banda Gurizada Fandangueira e de outros envolvidos na tragédia que matou 233 pessoas. 

Segundo a promotora criminal de Santa Maria Waleska Flores Agostini que estuda o pedido, uma das hipóteses para o começo do incêndio é de que um dos integrantes da banda tenha usado uma espécie de sinalizador. A banda também costuma se apresentar usando efeito pirotécnico. Os dois são proibidas em locais fechados.

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O escritório de advocacia Kümmel & Kümmel divulgou comunicado na noite de ontem (27) em nome da Boate Kiss, local do incêndio em que pelo menos 233 pessoas morreram nesta madrugada. Na nota, a empresa Santo Entretenimento Ltda. manifesta o seu “maior sentimento de dor e de solidariedade em decorrência da lamentável tragédia”.

Segundo o documento, a situação da empresa é regular e a boate tinha todos os equipamentos “previsíveis e necessários” para combater incêndios, conforme normas do Corpo de Bombeiros. A boate ainda informa que os equipamentos atendem “às necessidades da casa e de seus frequentadores”.

A empresa diz lamentar a extensão da tragédia, “que excedeu a toda a normalidade e previsibilidade de qualquer atividade empresarial”, e credita o incêndio a uma fatalidade. “Somente Deus tem condições de levar o consolo e o conforto espiritual que desejamos a todos os familiares e ao povo santamariense, gaúcho e brasileiro”.

A nota ainda informa que a empresa já se colocou à disposição para fornecer documentos necessários para a apuração dos fatos e que todas as informações serão esclarecidas.

Em conversa com a Agência Brasil, o advogado Eduardo Kümmel informou que a nota divulgada mais cedo empágina atribuída à Boate Kiss no Facebook não foi redigida pelos donos da empresa. O documento, assinado por um administrador chamado Armando Neto, afirmava que o quadro de funcionários tem a “mais alta qualificação técnica” e estava “devidamente treinado e preparado para qualquer situação de contingência”.

Ao tomar conhecimento da nota mais cedo, a Agência Brasil entrou em contato com os telefones divulgados no comunicado na internet. Um dos números foi atendido por uma mulher que se disse funcionária da empresa. Ela garantiu que Armando Neto é gerente da boate e estaria disponível para falar em horário comercial a partir de amanhã (28).

Kümmel não quis dar mais detalhes sobre a situação de seus clientes, inclusive sobre o teor dos esclarecimentos prestados à polícia e sobre a validade do alvará de funcionamento. O advogado disse que o contato com seus clientes é recente e que as estratégias de defesa ainda estão sendo definidas.