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MAS, QUE CARA MAIS PARECIDO !!! : Casal gay adota 2ª filha e descobre que ela é irmã biológica da primeira

O fim de ano guardou uma surpresa para o primeiro casal de homens a adotar uma criança no Brasil. Vasco e Júnior assumiram a guarda de Teodora, uma história que o Fantástico mostrou em 2008.  

Agora, quatro anos depois, eles resolveram adotar mais uma menina e acabaram descobrindo uma ligação inesperada entre as duas crianças.

Com dois aninhos apenas,  Helena ainda tem um pouco de medo do Papai Noel, mas adora receber presentes. A irmã mais velha, Teodora, de 11 anos, já não dá mais tanta importância para bonecas. Prefere os eletrônicos. “É um tablet”, diz a menina. 

Mas o presente que Teodora mais gostou foi outro. “É legal ganhar uma irmã para acompanhar”, conta. É o primeiro Natal das duas juntas, desde a adoção oficial de Helena.

As duas são filhas de dois pais. Vasco e Junior, que são cabeleireiros na cidade de Catanduva , interior de São Paulo.

Para entender essa história, é preciso voltar um pouco no tempo. Teodora e os dois pais apareceram no Fantástico pela primeira vez em 2008. Na época, famílias assim eram uma grande novidade.

A certidão de nascimento dela não tem o nome da mãe. Mas em compensação tem dois pais. “Teodora Rafaela Carvalho da Gama. Carvalho do Junior e da Gama, meu”, contou um dos pais.

Teodora foi a primeira criança brasileira adotada oficialmente por dois homens. Mas Vasco e Junior sempre quiseram aumentar a família. E foi procurando por outra criança para adotar que veio a grande surpresa. O casal nem imaginava que Helena, a filha mais nova, já tinha uma ligação com Teodora, a mais velha.

“Não é coincidência. Isso é coisa divina mesmo”, comenta um dos pais.

Foi nesse abrigo que, em maio do ano passado, a Helena entrou na vida do Vasco e do Junior. “Foi um dia de domingo, num horário de visita, que a gente tinha costume de vir ainda conhecer as crianças. A gente estava interagindo com as maiores e perguntei para uma amiga onde estavam os bebês. Ela fez um comentário: ‘Acabou de chegar uma criança que tem a cara da Teodora’. A gente fez umas fotos delas juntas. Aí as pessoas comentavam: ‘Como elas se parecem, como os olhares são os mesmos, a sobrancelha’. A gente foi achando que era legal a gente adotar uma outra que parecesse a Teodora”, diz Vasco.

Era tanta semelhança, tantos comentários, que Vasco e Junior ficaram desconfiados. Vasco foi até o fórum da cidade. Queria saber: será que a mãe biológica de Helena era a mesma de Teodora?

Mas, como casos assim correm em segredo de Justiça, os funcionários se recusaram a responder. A revelação veio quando o casal pegou a guarda provisória de Helena.

“Quando você pega a documentação. Fui ver, era a mesma biológica. Aí tivemos certeza”, lembra Junior.

A adoção definitiva já saiu. A família pegou junta no cartório a nova certidão de nascimento de Helena, também com o nome dos dois pais.

O processo de adoção de Helena foi mais fácil que o de Teodora. No caso de Teodora, sete anos atrás, a adoção foi primeiro em nome de Vasco. Só depois de outro processo, o nome de Junior também apareceu na certidão. Já Helena, foi adotada diretamente pelos dois.

Com a certidão, Junior e Vasco fizeram a matrícula de Helena na escola. “Telefone do pai, telefone da mãe. No caso, não tem mãe. Eu até queria sugerir para o colégio que, como são dois pais, que não estivesse especificado que é pai e mãe, porque agora a gente tem riscar o nome mãe e colocar pai”, comenta Vasco, enquanto preenche o documento.

Helena visitou a turma da irmã antes do final das aulas.  As meninas não sofrem com o preconceito. Geovana Ferrise, coordenadora pedagógica da escola, diz que nunca houve situação de conflito ou adaptação. “Não teve. Lógico, surgia dúvidas: ‘nossa, tia, ela tem dois pais. Mas como assim?’ Olha, gente, é uma família diferente. Hoje em dia tem tanta gente que tem o papai e a mamãe, tem o padrasto, tem o tio que cuida, a madrinha, e a Teodora tem dois pais. Eles absorveram de uma forma natural e tranquila”, conta. 

A preocupação maior de vocês era em relação aos pais das crianças?”, pergunta a repórter.

“A data de aniversário da Teodora era uma coisa que me dava um feedback disso. Porque eu mandava os convites para as crianças e às vezes eu ficava achando que alguma não fosse comparecer justamente por ser na casa de pais gays, homossexuais. Mas acabava comparecendo todas as crianças”, afirma Vasco.

Eles dizem que a família não vai parar por aí. “A gente continua na fila de adoção”, comenta Vasco.

Fantástico