O presidente do Diretório Municipal do PSB, Ronaldo Barbosa, continua perseguindo implacavelmente o vereador Ubiratan Pereira, o Bira. Desta feita o burocrata garante que vai até as últimas consequências para decapitar o parlamentar do seu mandato na Justiça Eleitoral. A caçada do Partido Socialista Brasileiro por este simples mandato de um ‘parlamentar mirim’ traduz bem o quanto de intolerância a atividade política na Paraíba vem convivendo nos últimos tempos.

A crise em pauta é antiga e se arrasta desde quando Bira resolveu não acatar o comando do governador Ricardo Coutinho e optou por acompanhar o ex-prefeito Luciano Agra no racha dos girassóis em 2012. Foi o suficiente para Bira enfrentar a mais sórdida perseguição que um partido e um dirigente partidário possam atentar contra um ex-aliado de primeira hora. De lá para cá, tem sido um calvário a vida do jovem parlamentar, considerado uma das grandes revelações da política pessoense nos últimos anos.

Esta semana o Ministério Público Eleitoral emitiu parecer favorável à desfiliação de Bira do PSB e deu sinal verde para que o vereador se filie em qualquer outro partido. O parecer foi dado no último dia 27 pelo procurador regional eleitoral substituto Rodolfo Alves Silva e faz parte do processo em que o parlamentar pede sua desfiliação do partido alegando perseguição e grave discriminação.

No parecer, o procurador Rodolfo Alves destaca que há provas de que o vereador vem sofrendo perseguição, sendo inclusive ameaçado de expulsão pelos presidentes dos diretórios estadual e municipal.

“O PSB não apenas se utilizou de meios para barrar a candidatura à reeleição do vereador em questão, mas também criou inúmeras situações de constrangimento para o requerente, divulgando informações relativas à sua suposta expulsão e criando um ambiente desfavorável para o candidato e exercendo pressão para que Ubiratan tomasse a iniciativa de retirar-se do partido”, afirma o parecer.

O procurador Rodolfo Alves afirma ainda que ficou configurada a situação de grave perseguição pessoal, devendo a ação ser julgada procedente, no sentido de autorizar a desfiliação do vereador Bira por justa causa. O processo tem como relator o desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides, que vai agora decidir sobre a questão.

Relembre o caso

Em julho de 2012, o PSB não garantiu legenda para que o vereador Bira pudesse disputar uma vaga na Câmara Municipal de João Pessoa. “Nós somos o maior partido de oposição a Luciano Cartaxo”, anunciou Barbosa.

Ainda nas eleições, Bira deu o troco nos socialistas e fez pouco caso de sua orientação partidária e apoiou o candidato do PT, Luciano Cartaxo, se negando a aparecer no guia eleitoral do PSB com a logomarca da candidata do Estelizabel Bezerra, que representou os socialistas na disputa pela prefeitura de João Pessoa.

Em dezembro de 2012, ao tomar conhecimento de que o vereador Bira (PSB) teve seu nome anunciado pelo prefeito eleito Luciano Cartaxo para ser o líder do governo na Câmara Municipal, o presidente municipal do PSB, Ronaldo Barbosa, disse que se tratava de “mais uma traição de Bira”.

Segundo Ronaldo, a primeira traição de Bira ocorreu quando ele apoiou a candidatura de Luciano Cartaxo contra a orientação do partido. 

Inconformado com a atitude insubmissa de Bira, o PSB chegou a convocar uma reunião com a comissão de ética do partido para discutir a expulsão do vereador e o ingresso da ação para tirar-lhe o mandato por infidelidade.

PB Agora