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Blog do Vavá da Luz

Mágica verbal ou o poder do silêncio: Cássio deixou RC, Nonato, Agra e Cícero satisfeitos(Leia o três em um de seu Luis)

Faltou um nome na divulgação dos encontros políticos que o senador Cássio Cunha Lima teve na semana passada para discutir o cenário eleitoral de João Pessoa. Além de falar com o governador Ricardo Coutinho, com o secretário Nonato Bandeira (Comunicação) e com o prefeito Luciano Agra, o tucano teve ainda uma demorada conversa com o senador Cícero Lucena, presidente do PSDB paraibano. Foi um jantar num restaurante japonês na orla da Capital. Quem ouviu Cícero logo depois garante que o dirigente tucano saiu animadíssimo da conversa.

O que danado Cássio tanto falou para que os quatro personagens citados tenham ficado satisfeitos com o encontro?
O mais provável é que Cássio, como já registramos em post, anterior não disse Sim nem Não para todos eles, o que já é motivo para a satisfação do quarteto individualmente.
De toda forma, a posição não deve ser sustentada por muito tempo. Como ensina a regra política: você pode enganar muita gente por pouco tempo ou pouca gente por muito tempo. Mas você nunca vai conseguir enganar a todos por todo tempo.
 
A palavra foi dada ao homem para esconder seus reais sentimentos. É assim desde que os primeiros habitantes do mundo começaram a se comunicar verbalmente. Mas às vezes ela, a palavra, é quem mais entrega o sentimento humano. Basta um segundo, a palavra escapa e está lá, em público, o mais intrínseco desejo. Não é assim?
Pois bem. Foi exatamente um deslize assim que o deputado federal Romero Rodrigues, do PSDB, pré-candidato a prefeito de Campina Grande, deixou escapar o seu desejo de ter Diogo Cunha Lima, primogênito do senador Cássio, como vice na sua chapa.
Tudo começou quando o signatário deste blog recorreu a pergunta do internauta pelo Twitter: “Deputado, existe a possibilidade do filho de Cássio ser seu vice?”. Romero parou pensar. Neste meio tempo, o jornalista Tião Lucena, componente da bancada, disparou: “Vixe, não dá porque é uma chapa muito familiar (Romero é parente de Cássio pelo lado Rodrigues)”.
Sem pestanejar, como quem quer reagir a um disparate, Romero emendou: “Mas é a chapa que o povo quer!”. Risos. Silêncio no estúdio. Romero percebeu que avançou o sinal num impulso e tenta recuar. Diz que ainda estava cedo pra pensar nisso.
Mas não adiantou. Da sua boca já havia saído o desejo.
 

Se o PMDB já decidiu que Maranhão é o candidato, Manoel Jr já decidiu que não vai aceitar a escolha

 Ao longo de sua trajetória política, Manoel Júnior já disse muito “sim” para Zé Maranhão. Há quem ache que ele hoje diga “talvez”. Mas tá claro que o deputado, pretenso candidato à prefeitura de João Pessoa, está pronto pra dizer “não” quando da definição do candidato do PMDB na Capital.

Assim como está claro que a escolha dentro do partido, ontem, hoje e sempre comandando por Maranhão, é um jogo de cartas marcadas e que o ex-governador sairá consagrado de algo que ele já foi escolhido, Manoel Júnior, caros leitores, irá questionar de qualquer jeito o requisito usado para definição.
Ele já encontra defeitos prévios que é pra justificar a contestação futura. E por quê? Porque Júnior está decidido a ser candidato a prefeito, tendo ou não Maranhão na sua frente. É claro que ele, se pudesse, gostaria de ter o ex-governador unificando o partido neste sentido. Como não será possível, Manoel Júnior está se preparando para seguir vôo solo.
Aliás, poderá se enterrar politicamente no que diz respeito a João Pessoa se recuar.
Não estaria ele à toa mexendo os pauzinhos lá em Brasília para tanto. Não estaria ele de bairro em bairro em João Pessoa fazendo plenárias para tentar ficar um pouco mais próximo do pessoense e fortalecer seu discurso. Não estaria ele fazendo tudo aquilo que Maranhão não faz, seja por idade, falta de tesão ou sentimento de quenão precisa. 
Não estaria fazendo tudo isso se não já tivesse decidido internamente aquilo que o PMDB quer decidir em favor de Maranhão.
Anotem: Manoel Júnior já está pronto para questionar a escolha do PMDB na mesma proporção que o PMDB está para definir Maranhão como candidato.
É, de fato, um jogo de cartas marcadas. De ambos os lados, inclusive.
Luís Tôrres