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Blog do Vavá da Luz

LULA, O BEBÊ DE ROSEMARY

Jornal decide contar ao leitor o que jornalistas e governo sabiam há
muito: Lula e Rosemary, no centro do novo escândalo, eram amantes
desde 1993

Um homem público ter uma amante é ou não assunto relevante? Nos EUA,
basta para liquidar uma carreira política, como estamos cansados de
saber. Foi um caso extraconjugal que derrubou o todo-poderoso da CIA e
quase herói nacional David Petraeus.

Desde quando estourou o mais recente escândalo da República, todos os
jornalistas que cobrem política e toda Brasília sabiam que Rosemary
Nóvoa Noronha tinha sido — se ainda é, não sei — amante de Lula. Assim
define a palavra o Dicionário Houaiss: “Amante é a pessoa que tem com
outra relações sexuais mais ou menos estáveis, mas não formalizadas
pelo casamento; amásio, amásia”.

Embora a relação fosse conhecida, a imprensa brasileira se manteve
longe do caso. Quando, no entanto, fica evidente que a pessoa em
questão se imiscui em assuntos da República em razão dessa proximidade
e está envolvida com a nomeação de um diretor de uma agência
reguladora apontado pela PF como chefe de quadrilha, aí o assunto
deixa de ser “pessoal” para se tornar uma questão de interesse
público.

O caso, com todos os seus lances patéticos e sórdidos, evidencia a
gigantesca dificuldade que Lula sempre teve e tem de distinguir as
questões pessoais das de Estado. Como se considera uma espécie de
demiurgo, de ungido, de super-homem, não reconhece como legítimos os
limites da ética, do decoro e das leis.

Outro dia me enviaram um texto oriundo de um desses lixões da Internet
em que o sujeito me acusava de “insinuar”, de maneira que seria
espúria, uma relação amorosa entre Rose e Lula. Ohhh!!! Não só isso:
ao fazê-lo, eu estaria, imaginem vocês!, desrespeitando Marisa
Letícia, a mulher com quem o ex-presidente é casado. Como se vê,
respeitoso era levar Rose nas viagens a que a primeira-dama não ia e o
contrário.

Mas isso é lá com eles. A Rose que interessa ao Brasil é a que se
meteu em algumas traficâncias em razão da intimidade que mantinha com
“o PR”. Lula foi o presidente legítimo do Brasil por oito anos. A sua
legitimidade para nos governar não lhe dava licença para essas
lambanças. Segue trecho da reportagem da Folha. Volto para encerrar.
 *
 A influência exercida pela ex-chefe do escritório da Presidência da
República em São Paulo, Rosemary Noronha, no governo federal, revelada
em e-mails interceptados pela operação Porto Seguro, decorre da longa
relação de intimidade que ela manteve com o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Rose e Lula conheceram-se em 1993. Egressa do sindicato
dos bancários, ela se aproximou do petista como uma simples fã. O
relacionamento dos dois começou ali, a um ano da corrida presidencial
de 1994.

À época, ela foi incorporada à equipe da campanha ao lado de Clara
Ant, hoje auxiliar pessoal do ex-presidente. Ficaria ali até se tornar
secretária de José Dirceu, no próprio partido. Marisa Letícia, a
mulher do ex-presidente, jamais escondeu que não gostava da assessora
do marido. Em 2002, Lula se tornou presidente. Em 2003, Rose foi
lotada no braço do Palácio do Planalto em São Paulo, como “assessora
especial” do escritório regional da Presidência na capital. Em 2006,
por decisão do próprio Lula, foi promovida a chefe do gabinete e
passou a ocupar a sala que, na semana retrasada, foi alvo de operação
de busca e apreensão da Polícia Federal.

Sua tarefa era oficialmente “prestar, no âmbito de sua atuação, apoio
administrativo e operacional ao presidente da República, ministros de
Estado, secretários Especiais e membros do gabinete pessoal do
presidente da República na cidade de São Paulo”. Quando a então
primeira-dama Marisa Letícia não acompanhava o marido nas viagens
internacionais, Rose integrava a comitiva oficial. Segundo
levantamento da Folha tendo como base o “Diário Oficial”, Marisa não
participou de nenhuma das viagens oficiais do ex-presidente das quais
Rosemary participou.
 (…)
 Procurado pela Folha, o porta-voz do Instituto Lula, José
Chrispiniano, afirmou que o ex-presidente Lula não faria comentários
sobre assuntos particulares.

Encerro
 Como se vê, Lula considera Rosemary um “assunto particular”, o que
soa como confissão. Só que ela era chefe de gabinete do escritório da
Presidência em São Paulo. O Brasil pagava o salário do “assunto
particular” do Apedeuta. Ainda assim, ela poderia ter sido uma
funcionária exemplar. Não parece o caso…

É um modo de ver a República. O mesmo Lula que classifica a chefe de
gabinete da Presidência em São Paulo de “assunto particular” não
distingue a linha que separa o interesse público de seus impulsos
privados.

PS – Não deixem que a sordidez da história contamine os comentários.
Há sempre o risco de se ultrapassar a linha do decoro em temas assim.
Façam o que Lula não fez.