Veja que absurdo: designado pelos seus colegas para relatar o “Novo Código de Conduta dos Senadores”, criado com o objetivo de dotar o Senado Federal de um instrumento eficaz de conduta dos seus membros, o suplente de senador no exercício do cargo, Lobão Filho (PMDB-MA) decidiu, discretamente, retirar a palavra “ética” do novo regimento interno da Casa.
No texto original constava a sugestão para que os senadores sejam obrigados a se comprometer a agir com ética “na atividade política” e como cidadão, principalmente, agora, quando o brasileira decide ir para as ruas, a fim de clamar por novos hábitos e costumes por parte da classe política.
O compromisso seria assumido em juramento no ato da posse, mas o senador maranhense, o suplente que substitui o próprio pai, Edson Lobão, no Senado, rejeitou a proposta com o pálido e indignante argumento, de que “o que é ético para você pode não ser para mim. A ética é abstrata”.
Cretinice pura!..
No texto atual, no ato do juramento, o senador diz apenas: “Prometo (…) desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador”.
Não satisfeito com a sua abominável e inconsequente conduta, Lobão Filho, também excluiu do documento a obrigação para que os parlamentares apresentem, quando empossados, declaração de bens de seus parentes até segundo grau.
A medida original, que constava no “Novo Código de Conduta”, tinha por objetivo evitar os chamados “parentes laranjas” de parlamentares que transferem a nome de familiares partes de seu patrimônio.
Veja só a justificativa do Lobão Filho: “não há como o senador obrigar seus parentes a revelarem os bens que possuem, pois ofenderia o direito a privacidade desses”.
Outra excrescência do senador Lobão: Ele também não acatou emenda que obrigaria a comunicação à Corregedoria de atos incompatíveis com o decoro ou com a compostura pessoal praticados fora das dependências da Casa Legislativa.
Também pudera, todo o Maranhão e o Brasil inteiro sabem, que este senador é um dos homens rico deste país, graças à influência do pai e aos seus nebulosos negócios. Está apenas legislando em causa própria, ato este que merece o repúdio de todos que clamam por ética na política.
Vale lembrar que, o Regimento Interno do Senado é de 1970, auge da ditadura militar. Desde então, nunca foi reformado. O texto disciplina desde a atuação dos senadores aos pronunciamentos e tramitação de matérias.
Esquece o senador Lobão que, como bem diz o mineiro, “esperteza quando é muita, vira bicho e mata o dono”. Resta agora saber, qual será o bicho que terá a coragem de engolir outro bicho?
No caso o Lobão!
Não é possível comentar.