A sombra do infortúnio entristecera
O vago azul do céu da Palestina
Quando o meigo Jesus na cruz pendera
Sobre o peito a cabeça peregrina
–
Banhava o rosto a palidez de cera
Inundado ao clarão da luz divina;
No peito o coração não mais batera
Não mais fulgira a lúcida retina
–
No corpo frio, macilento, exangue,(*)
Viam-se as rubras máculas de sangue
Que brotavam dos pulsos de Jesus !
–
Não sei quem foi mais grande no suplicio
Se Maria assistindo ao sacrificio
Se Jesus expirando sobre a cruz !
–
Marcos Bacalhao
(*) sem força- sem sangue
Não é possível comentar.