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GRANDE CIDADÃ : Maria da Penha ganha cidadania campinense, mas cobra cachê de R$ 18 mil para fazer palestra

Marcos Maivado Marinho
Uma vasta programação voltada para a mulher vai começar a ser desenvolvida pela Prefeitura Municipal de Campina Grande, por intermédio da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres, em parceria com várias instituições. O ponto alto será nesta quarta (20), quando ocorrerá na Câmara Municipal uma palestra com Maria da Penha, que se tornou símbolo da luta contra a violência contra as mulheres.

Em solenidade no período da manhã Maria da Penha receberá o título de Cidadã Campinense. À noite haverá o “Show Mulher da Lei”, com Tião Simpatia, às 19h30, no Teatro Municipal Severino Cabral. A entrada será um quilo de alimento não perecível.
A informação mais curiosa, porém não revelada, mas que A PALAVRA obteve com exclusividade junto a servidores lotados na Coordenadoria de Políticas Públicas da PMCG, é que a palestra custará aos cofres da municipalidade local R$ 18 mil, que é o cachê cobrado por Maria da Penha, livre das demais despesas com sua vinda – passagens e hospedagem, inclusive para sua assessoria.
A programação faz parte da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, criada em 1991, por um grupo feminista de diferentes países, reunido pelo Centro de Liderança Global de Mulheres, nos Estados Unidos, e que tomou proporção mundial diante da crescente violência contra o sexo feminino. No Brasil, a campanha teve início em 2003. Trata-se de uma mobilização educativa e de massa que luta pela erradicação da violência e pela garantia dos direitos das mulheres.
Em Campina Grande a programação, que vai até 10 de dezembro, acompanhando o movimento nacional terá palestras, panfletagem e roda de conversa em vários bairros da cidade, presídio feminino e também no próprio Centro de Referência, situado no bairro da Prata.
Na Câmara Municipal, nesta quarta, também ocorrerá apresentação da Banda de Pífanos Cantores da Colina, para recepcionar Maria da Penha que, na palestra, tratará sobre a sua história de vida. Ela dá nome à Lei 11.340, de 2006, já que lutou quase 20 anos para colocar seu agressor na cadeia.
Em Campina Grande, segundo a coordenadora Marli Castelo Branco, as denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas ao Centro de Referência da Mulher, Juizado da Violência Doméstica e Delegacia da Mulher. Os telefones de contato são: 180, 190, 197 e 3322-2368. Todas as ações são realizadas em parceria com o Governo do Estado, OAB, Secretaria de Estado da Mulher e Juizado da Violência Doméstica.