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Blog do Vavá da Luz

Governo do Estado dá calote em fornecedores e secretário teme crise no sistema penitenciário paraibano

A falta de comida para alimentar centenas de presidiários pode causar a maior crise do sistema prisional da Paraíba nos últimos 20 anos. O alerta foi dado pelo próprio secretário de Administração Penitenciária do Estado, Carlos Mangueira, que deixou de lado o espírito natalino para denunciar, publicamente, que as empresas que fornecem gêneros alimentícios para os presídios paraibanos estão há cinco meses sem receber dinheiro do Governo do Estado.

Segundo Mangueira, o débito do Governo Maranhão III com os fornecedores do sistema penitenciário já chega a R$ 5 milhões. “Estamos atravessando uma situação incontrolável, que pode gerar o maior problema no sistema penitenciário da Paraíba nos últimos 20 anos”, alertou o secretário, que revelou temer o início de rebeliões já a partir da próxima semana.

Mesmo sem citar nomes, Carlos Mangueira apontou o secretário de Finanças do Estado, Marcos Ubiratan, como o responsável pelo colapso que está se instalando no sistema penitenciário paraibano.

“Por várias vezes alertamos à Secretaria de Finanças sobre esse problema, mas, infelizmente, a Secretaria sequer nos justificou porque estes pagamentos não estão sendo realizados. O atraso vem acontecendo há bastante tempo e, sinceramente, estamos de mãos amarradas e não podemos fazer muita coisa”, disse Mangueira, revelando, em seguida, que dívida total do Governo Maranhão III com as empresas que fornecem alimentos e outros produtos para os presídios paraibanos já ultrapassa R$ 10 milhões.

Dados da Secretaria de Administração Penitenciária revelam que, atualmente, existem 62 cadeias públicas e 19 presídios na Paraíba. A população carcerária ultrapassa o total de 8.500 detentos que, já a partir do próximo domingo, poderão passar fome. “Tememos que uma série de rebeliões comecem a acontecer de forma generalizada, em todas as regiões do Estado. Isso não é difícil de acontecer, afinal, já temos graves problemas de estrutura e superlotação. Imagine se além de preso o cidadão ainda tem que passar fome. Essa bomba pode estourar a qualquer momento”, frisou Carlos Mangueira.

Mangueira admitiu que, se os pagamentos não forem efetuados até o início da próxima, vai acionar o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça da Paraíba. “Se tivermos um quadro de descontrole, alguém deverá responder pela situação. Sozinho, não posso fazer muita coisa” finalizou o secretário.

Paraíba Já/Blogdovavadaluz

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