“Não há condições de aprovar a propositura na Câmara de João Pessoa com a atual minoria dos parlamentares”
O pedido de impeachment anunciado pelos cinco vereadores da bancada de oposição na Câmara de João Pessoa após reportagem sobre denúncias da má qualidade na merenda escolar da rede municipal da cidade, é uma iniciativa matematicamente natimorta. Tendo assegurado, em tese, 16 votos a seu favor, o prefeito Luciano Agra (PSB) nutre aparente tranquilidade em relação à proposta da minoria. “Falta apoio político e motivos contundentes para uma ação tão extremada”, explica o líder do governo, Bruno Farias (PPS).
Os cinco vereadores que aventaram o pedido de impeachment foram o líder da oposição, Fernando Milanez (PMDB), Tavinho Santos (PTB), Marcos Vinícius (PSDB), Eliza Virgínia (PSDB) e Carlos Mangueira (PMDB), de um total de 21 vereadores da Câmara da capital.
O vereador Geraldo Amorim (PDT), líder da bancada independente na Câmara, não se mostrou receptivo a contribuir com o impeachment, porque além de ter ficado satisfeito com os esclarecimentos da secretária de Educação, Ariane Sá, que esteve na manhã de ontem na Casa, entende que o caso já está sendo apurado.
“O Ministério Público Estadual já entrou com uma ação civil pública; o Ministério Público Federal também já está com essa denúncia; a Polícia Federal, porque é dinheiro federal, também vai investigar. Então já temos toda uma investigação, vamos esperar. Se for constatada alguma coisa, aí nós vamos ser os primeiros a assinar o pedido de CPI”, disse Amorim.
Vereadores reconhecem limitações
A vereadora Eliza Virgínia (PSDB), que está pedindo junto com outros colegas o impeachment do prefeito Luciano Agra, admite: não há condições de aprovar a propositura na Câmara de João Pessoa com a atual minoria dos parlamentares.
“Bem, evidente que não, não é. Mas a gente está fazendo o nosso papel. Nós vamos propor o impeachment, sim. Será protocolado, está sendo confeccionado”, assegurou Eliza Virgínia.
MILANEZ
Já o vereador Fernando Milanez (PMDB) se assume um otimista. Segundo ele, que conseguiu espaço na mídia nacional ao defender o impeachment do prefeito Luciano Agra, o fato de a oposição ser minoria na Câmara de Vereadores da capital não seria razão para se decretar que a iniciativa é ‘natimorta’.
Na opinião de Fernando Milanez, é possível que os vereadores da situação, na hora H, decidam votar “em favor do povo” diante da proposta.
Jornal da Paraíba
Não é possível comentar.