A figura do pai, em todos os sentidos, se apresenta como respeitável chefe de família, sem nenhum demérito para as mães guerreiras.
O tema não é de hoje, a exemplo do filme In the name of the Father (1993), laureada coprodução irlandesa e britânica, envolvendo um atentado a bomba pelo exército do IRA matando cinco pessoas num pub. Como sempre, o pai entra na história para proteger seu rebento, e termina também condenado.
No mundo sempre existiu, em cada genitor, uma responsabilidade nata para proteger, educar, iluminar e até dar a sua vida aos filhos queridos.
O jargão cristão demonstra claramente, nas páginas da História Sagrada, que a invocação da figura paterna significa inabalável fé, em sendo Deus na origem de tudo. E foi no concílio Ecumênico de Nilcéia, no ano 325, a definição de que o filho é “consubstancial” ao Pai em um só Deus.
Pois bem, estamos no mais importante momento da vida católica mundial, com o Pai sendo invocado, ante a surpreendente escolha do novo Papa decorrente da polêmica renúncia de Bento XVI. Notícias precipitadas jogadas ao ar depreciando o perfil administrativo do Vaticano aumentou o interesse pela eleição. Nesta terça foi desencadeado o início do importante Conclave Cardinalício, o qual, sem previsão de data final e, sobre as luzes de Deus precisando passar a limpo as denúncias populares contra o Vaticano!
Necessário saber que são os Cardeais, pessoas humanas de idade avançada, sábias e determinadas, de várias procedências, que materializarão a maioria de dois terço dos votantes até que alcance o quorum especial, sendo repetida a votação no cumprimento das ordens católicas.
Momento novo no cristianismo é a exposição veiculada pela imprensa internacional, lançando candidatos, dentre estes, o nosso douto Cardeal, Dom Odilio Scherer que tem o forte apoio do decano Angelo Sodano e do camerlengo Tarcísio Bertoni, o importante administrador das finanças do Vaticano.
A formação da política interna do Vaticano inclui contritas orações diárias na busca do Pai e Senhor. O ritual mantém rigoroso e secreto detalhamento mantido há oito séculos, com 115 habilitados a votar sendo 28 da Itália e 11 dos Estados Unidos. Nosso Brasil conta apenas 5 votantes.
Detalhe significativo é a presença da internet, desde 2005, com grande propagação rápida, atualmente tentando ultrapassar os limites do rigor secreto, evitando vazamentos de equivocadas informações. Mesmo assim, há uma torcida generalizada para a proclamação do resultado, ser divulgado ao vivo e a cores, pela internet, o famoso habemus papam!
O Brasil é um país tradicionalmente católico que poderá elevar D. Odilio Scherer como o sucessor de São Pedro, tudo com seus méritos próprios, e em nome do Pai!
(*) Advogado e desembargador aposentado