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Blog do Vavá da Luz

Em discurso, Nonato chama Ricardo de ´rei mal coroado´

Ex-editor de Cultura, o jornalista Nonato Bandeira, candidato a vice-prefeito na chapa de Luciano Cartaxo (PT), recorreu a dois clássicos da MPB para ilustrar discurso que fez ontem à noite, durante comício, contra o governador Ricardo Coutinho (PSB).

 
Com a verve apontada para o ex-aliado, de quem já foi considerado “primeiro-ministro”, Bandeira usou versos de Geraldo Vandré para criticar o governador. “Porque gado a gente marca, tange, fere, engorda e mata. Mas com gente é diferente!”, disparou, para delírio, principalmente, de quem, assim como ele, já esteve com Ricardo.
Ex-assessor de Ricardo no Legislativo, secretário de Comunicação na prefeitura e no governo do socialista, Bandeira não economizou na acidez do discurso. Abriu com Geraldo Vandré e fechou com Geraldo Azevedo: “Um rei mal coroado não queria amor em seu reinado, pois sabia, não ia ser amado”.
O discurso de Nonato foi feito durante evento realizado pela Coligação Unidos Por João Pessoa. Está evidente que ilustra algo sobre o qual não se pode negar. Por trás da disputa pra prefeito em João Pessoa, há uma batalha específica, que se desenrola no interior da guerra entre os candidatos: a medição de força entre Nonato Bandeira e seu ex-chefe, o governador Ricardo Coutinho.
Aliados de primeira hora, juntos há 20 anos, Nonato e Ricardo encerraram a relação da forma menos amigável possível. Do divórcio litigioso, a inevitável disputa pela razão. Nonato errou com Ricardo ou Ricardo errou com Nonato?
Mais do que isso. A inevitável disputa pela capacidade de pensar e agir política. Uma briga travada no campo da intelectualidade e inspirada pela sobrevivência política entre dois estrategistas que já foram apenas um.
Nesta luta, que se esconde por trás da disputa principal, há um indispensável desejo de reafirmação por parte de Nonato. Ele ousou discordar do “chefe” e quer mostrar que fez certo. Desafiado, Ricardo quer exatamente o contrário.
O resultado da eleição será juiz dessa disputa.
Luís Tôrres