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Blog do Vavá da Luz

Dez anos sem Burity

Dez anos sem Burity


 

A data de hoje marca os 10 anos do falecimento do ex-governador Tarcísio de Miranda Burity. Ele faleceu em 2003, no Instituto do Coração, em São Paulo, vítima de infarto do miocárdio. De acordo com o filho do ex-governador, o secretário executivo da Funjope de João Pessoa, Maurício Burity, será celebrada uma missa hoje, às 16h, em homenagem a Burity, na Igreja do Carmo, no Centro da cidade.

“Dez anos passam rápido, mas a memória que temos dele continua conosco. Sem dúvida, é uma data saudosa. Burity foi um grande pai e homem público que deixou obras importantes para a Paraíba”, destacou.

Para Maurício, o pai tinha ideais como homem público e pensava no progresso da Paraíba. “Era um homem honesto e jurista que sempre acreditou nos seus ideais e na justiça. Trabalhou muito pelo seu povo. Não tinha visão míope, pensava no futuro. Suas obras marcam a Paraíba até hoje”.

Glauce Burity, viúva do ex-governador, disse que o que mais chamava atenção no ex-governador era a sua seriedade, honestidade e intelectualidade. “Quando se fala em homem culto, lembra-se de Burity, que era também muito firme nos seus objetivos e princípios. Esses foram dez anos de muita saudade. O seu falecimento é uma perda irreparável para a família e a Paraíba”.

O deputado estadual Raniery Paulino (PMDB), presidente da Fundação Ulysses Guimarães na Paraíba, disse que Tarcísio Burity deixou muitos amigos e admiradores. “Ele deixou marcas profundas no Estado. Foi um grande intelectual da área jurídica e como governador realizou obras que simbolizam a cultura de raiz da Paraíba, como o Mercado de Artesanato e o Espaço Cultural”.

Raniery lembra que ex-governador foi filiado ao PMDB, deixou o partido por um período, mas depois retornou. “A história do ex-governador deve ser seguida e lembrada. Ele era constitucionalista e cumpria todas as leis. Tenho uma relação de amizade com Glauce Burity e com os seus filhos. Além disso, tive a honra de propor a criação da medalha de mérito jurídico Tarcísio Burity, na ALPB”.

O historiador José Octávio de Arruda Mello disse que Burity foi, acima de tudo, professor. “O legado dele verificou-se, sobretudo, na área cultural da Paraíba. Ele foi um homem público que nunca se desvencilhou das origens. Foi professor no Liceu Paraibano, na Faculdade de Direito, do Governo do Estado e por onde passou. Além disso, foi coordenador de vários cursos”.

José Octávio lembra que Burity foi funcionário público, secretário do Tribunal Regional Eleitoral e promotor concursado da comarca de Araruna. Em 1975, foi nomeado secretário de Educação e Cultura da Paraíba, no governo de Ivan Bichara. Governou a Paraíba de 1979 a 1983 e de 1987 a 1991. Entre 1983 e 1986 foi deputado federal. Ocupou a cadeira n° 26 da Academia Paraibana de Letras.

“Na Secretaria de Educação, Burity enfatizou muito a parte cultural. Editou livros e implantou seminários, inclusive internacionais. Ele era muito pródigo e tinha ligação com Gilberto Freire e José Américo de Almeida”. Tarcísio Burity representou a Paraíba no Conselho da Fundação Joaquim Nabuco.

José Octávio afirma que em 1979, ao assumir o governo, Burity continuou as suas realizações na área da Cultura. “O primeiro governo foi de muita operosidade cultural”. O presidente da Fundação de Ação Comunitária (FAC) do Estado, Ramalho Leite, ressalta que o ex-governador era um intelectual que valorizava a cultura sobre todas as suas formas de expressão. “Pelo seu currículo, foi lançado repentinamente na política. E mesmo sendo um político improvisado, se saiu muito bem, uma vez que conseguiu ser o deputado federal mais votado na Paraíba até hoje”.

Ramalho Leite destaca a trajetória de Burity no Governo do Estado. “Ele fez dois governos. Um deles como governador nomeado, e outro como eleito. Nesse segundo enfrentou algumas dificuldades financeiras, o que fez com que o primeiro fosse mais fecundo do que o segundo. Mas foi um governo operoso, que deixou a marca de sua presença por todo Estado da Paraíba”.

Para Ramalho Leite, o ex-governador trouxe avanços para a educação do Estado. “Ele estadualizou a Universidade de Campina Grande e destacou-se no combate à seca, quando garantiu a implantação de frentes de trabalho que estavam sendo negadas pelo Governo Federal. Além disso, foi professor de Direito e de Filosofia do Direito e deixou trabalhos de grande importância nessas áreas”.

Fonte: Do Correio da Paraíba

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