Lá pras bandas de Cajazeiras, Sousa, São José de Piranhas e adjacências, só se fala no caso do marido que pegou a mulher transando com o primo em cima da cama do casal, e, revoltado, enrolou ela no próprio lençol do pecado e a devolveu ao sogro.
O caso está sendo falado nas esquinas, bibocas, bodegas, sinucas, e, claro, na igreja também. As comadres rezadeiras comentam escandalizadas a traição da jovem esposa, que trocou o conforto do consorte pelos braços do primo pobre, aproveitando que o traído estava fora, trabalhando noutra cidade, melhor dizendo noutro Estado, Estado vizinho, pareia de meia como se diz no sertão.
O dedicado esposo voltou mais cedo ao lar e pegou os dois bem na hora, no fornicado, em cima da cama do quarto nupcial. Sem se conter, botou o pé de lã pra correr e, sem mais nem menos, enrolou a adúltera no próprio lençol que cobria a cama, jogou-a no carro e a levou até a casa do pai. Lá, em tom solene, atirou a mercadoria no chão da sala e anunciou:
-Vim trazer de volta a sua cachorra.
O sogro ainda contemporizou:
-Mas cadê a roupa dela?
-Se incomode não – respondeu o revoltado corno -, amanhã eu boto tudo num saco e mando trazer.