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Blog do Vavá da Luz

De bem nas pesquisas, por que Cássio ainda não rompeu com Ricardo?

Cássio e Ricardo Cochicho

É perceptível que o senador Cássio Cunha Lima, apesar de não ter formalizado um rompimento com o governador Ricardo Coutinho, começa de fato a turbinar seu projeto de disputar o Governo do Estado. Cássio também se aproveita da abertura da temporada de pesquisas, em que seu nome figura na dianteira, superando Ricardo (e Veneziano), com alguma folga.

E por que Cássio ainda não rompeu com Ricardo para encarar o desafio, estando tão bem nas primeiras pesquisas? Porque ainda restam dúvidas em relação à sua elegibilidade, está claro. Cássio, pelo que ouvi de jurista simpatizante da sua candidatura, ancora seu sonho de disputar o Governo do Estado em três hipóteses. Planos A, B e C, por assim dizer.

É fato que a atual formação do Tribunal Superior Eleitoral tem um entendimento hostil aos políticos que foram atingidos pela Lei 135 (da Ficha Limpa), no que tange à sua elegibilidade em 2014. Mas, há boas chances desse entendimento mudar, desde que a corte sofra mudanças em sua composição. E isto pode acontecer com a iminente saída de dois ministros.

Mesmo que isso não ocorra, existe o chamado Plano B. Os advogados de Cássio entendem que a contagem dos oito anos poderia se estender até o dia da eleição (numa interpretação da lei) ou até o final de 2014 (noutro entendimento). Mas, mesmo com o registro sub judice, ele poderia ir até o final e, na hipótese de se eleger, não estaria mais inelegível no dia da posse, em 1º de janeiro.

E há o chamado Plano C: nesse caso, Cássio poderia levar sua candidatura, mesmo sabendo que seria impugnada até os derradeiros momentos da disputa, até o prazo fatal. Nesse momento, poderia simplesmente se retirar do páreo e apresentar outro candidato identificado com seu perfil eleitoral, alguém da família quem sabe. Não seria a primeira vez na Paraíba.

Três alternativas que não impõem pressa para oficializar uma candidatura. O tucano pode, simplesmente, levar as escaramuças até abril do próximo ano, quando se inicia o microprocesso eleitoral, para tomar a decisão definitiva de romper. Até lá, com tempo de sobra para refletir, pode ainda não querer correr riscos e seguir com o projeto de reeleição de Ricardo Coutinho.

Helder Moura