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Blog do Vavá da Luz

CORRUPÇÃO: UM ALVO A SER MIRADO (por Chico Pinto)

A partir de hoje os tambores começam a rufar, as baionetas serão empunhadas e as línguas se afiam. É a partir desta data, após a formalização das convenções partidários, que se inicia propriamente o período eleitoral. Tem inicio ao vale tudo entre os contenciosos.

O certo é que a partir desta data uma palavrinha mágica passará a ser decantada por todos os quadrantes da Paraíba. É a malograda corrupção*. A partir de agora todos dizem ser honestos ao tempo em que são taxados mutuamente de corruptos.

A pecha de corrupto será arma rotineira a ser usada durante a campanha, principalmente por aqueles que não possuem propostas convincentes e acham que o caminho para se chegar ao poder será o de denegrir a imagem do opositor.

Desconstruir a moral do adversário será o ponto de partida da campanha. A jugular do opositor será o principal alvo a ser mirado, enquanto que as propostas de governo ficarão em plano inferiores como se o eleitor fosse depositário de comportamento indecoroso de quem quer que seja.

O acusador irá reforçar a convicção de que a corrupção é um problema individual impregnado no comportamento do adversário. Já o acusado passará a usar do discurso moralizante como se fosse a fórmula mais saudável de se safar do rótulo de corrupto.

Caberá ao cidadão/eleitor ficar atento ao passado dos contendores. Verificar com atenção e sabedoria a ficha policial de cada um. Só após ter consciência da realidade é que deve se decidir em quem votar. Deve se inteirar que o ato de corrupção configura um desvio moral que não deve ser afastado da realidade.

 

Embora, naturalmente, o ato de corrupção configure um desvio moral, nada poderia ser mais afastado da realidade do que atribuir a solução do problema da corrupção ao aperfeiçoamento moral das pessoas. Se assim fosse, dada a enorme profusão de códigos morais a que as pessoas são expostas, a corrupção não existiria, ou seria bem menor do que se observa.

Dizem os estudiosos que “está mais do que provado que a corrupção, definida como a apropriação do bem público por interesse privado, não acontece por efeito de influências vagas situadas no plano filosófico. Ela ocorre por falha dos mecanismos de controle do Estado. É um problema institucional e administrativo”.

Daí a necessidade de se votar com consciência, já que atacar a corrupção significa introduzir alterações no arcabouço institucional e nas práticas administrativas. Tudo muito objetivo. O principal mecanismo de controle à disposição da coletividade numa democracia representativa é o voto. Nada melhor do que aproveitar a oportunidade do voto para exigir dos candidatos compromissos de combate à corrupção.

Cabe, enfim, ao cidadão, por em prática antes de auferir o seu voto, os quatro objetivos fundamentais de uma campanha eleitoral: oferecer o voto a candidatos comprovadamente honestos; votar no candidato objetivamente comprometido com o combate à corrupção; combater a compra de votos; estimular o eleitor a exigir dos candidatos a abertura de informações sobre quem financia suas campanhas.

Agindo desta forma, com absoluta certeza, a população ficará livre de políticos desonestos e evitará o surgimento de outros Demóstenes, bem como, de outros quadrilheiros.

*Corrupção vem do latim corruptus, que significa quebrado em pedaços. O verbo corromper significa “tornar pútrido”.

A corrupção pode ser definida como utilização do poder ou autoridade para conseguir obter vantagens e fazer uso do dinheiro público para o seu próprio interesse, de um integrante da família ou amigo.