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Corregedor do TJ nega conflito de interesse e parcialidade

O desembargador Nilo Ramalho, corregedor do Tribunal de Justiça da Paraíba, refutou hoje as acusações feitas em carta aberta por seu primo e advogado, Horácio Ramalho, irmão da juíza Maria de Fátima Lúcia Ramalho, afastada na semana passada, sob suspeita, entre outras coisas,  de incompetência para despacho num processo tramitado em outra Vara e bloqueio de contas do Estado. Segundo Nilo, não existe nenhum interesse por trás da sua decisão, que foi legítima e cabível à representação feita contra a magistrada pela Procuradoria Geral do Estado.
– Eu tenho quatro filhos. Cecílio era procurador da Assembleia, mas não tem nada a ver com o patrocínio de causas do governo do Estado. O Outro é oficial da Polícia militar e assumiu uma função na parte de presídios. Outro trabalhava no Instituto de Pesos e Medidas. Quando Ricardo Coutinho assumiu, os três foram exonerados. Cecílio, inclusive, deu um parecer contrário à permuta dos terrenos. Eu, no caso do Sindifisco, votei entendendo que houve legalidade na ação dos agentes, em procederem com a greve. Fui voto vencido. Respondo dessa maneira. Se fosse para ter, eu consequentemente teria mais mágoa do governador, pois ele exonerou meus filhos. Eles não foram renomeados. Só Túlio que é oficial e responde pelo presídio de menores.
Para Nilo Ramalho, qualquer decisão que ele tomasse no caso da representação contra Maria de Fátima Lúcia Ramalho seria questionada por seu parentesco com a magistrada:
– Costumo dizer que não tenho chefe. O meu compromisso é com a Justiça e com os preceitos legais. Não estou fazendo arbitrariedade, nem extrapolando minhas atribuições nem por vontade própria, até por que ela é da minha família, pois somos Ramalho. Engraçado que para tudo existem dois lados. Um recebe com satisfação, o outro não. Se eu tivesse tipo opinião favorável a ela, o outro lado afirmaria que era por ela ser minha parente.
Ao ser questionado sobre o favorecimento de parentes de magistrados com empregos na gestão estadual, Nilo respondeu objetivamente que não:
– Não existe nepotismo. O meu filho é meu filho, não tem nada com o governador. Ricardo Coutinho tem ligação com pessoas do seu sangue. Meu filho está na posição de forma legítima, transparente e sem favorecimento de quem quer que seja.