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Blog do Vavá da Luz

CHICO PINTO EM : O inusitado Jogo vai começar

Definidos os candidatos à Prefeitura de João Pessoa, nas eleições de outubro deste ano, o cenário de disputas que agora se coloca para o eleitor  seria considerado surreal e delirante há 90 dias atrás, quando se iniciou a guerra fratricida nas hostes do PSB,  que culminou em um caminho sem volta e transformou  em ferrenhos adversários os seguidores do governador Ricardo Coutinho e do prefeito da capital Luciano Agra, ambos pertencentes a  esta mesma agremiação partidária.

A briga interna no PSB,  além de  provocar a divisão de forças, prevê uma ruptura irreversível  ao projeto administrativo do governador Ricardo Coutinho, que deixa de contar com o apoio de alguns históricos “generais” de combate, a exemplo do próprio Luciano Agra e dos seus abnegados defensores . Por sua vez,  Luciano Agra encontrará dificuldades para gerir os destinos da capital, durante o seu final de mandato  sem  o apoio imprescindível  e espontâneo do governador.

 Diante do  grau de discordância muda-se totalmente a estratégia política do até então denominado “coletivo”, que se dissolve ou  passa a atuar em duas frentes. De um lado fica o governador Ricardo Coutinho com a sua candidata Estelizabel Bezerra e do outro o prefeito Luciano Agra, que leva à tira-colo o petista Luciano Cartaxo, que há bem pouco tempo, era considerado um adversário de peso da sua própria administração. Daí o surreal, já que este cenário era inimaginável para políticos, partidos e cientistas políticos.

Já o candidato do PMDB, o ex-governador José Maranhão,  inicia a sua campanha com um candidato a vice-prefeito que não era (ou não é) aquele candidato dos seus sonhos.. Tanto isso é verdade, que o vereador Tavinho Santos, do PTB,  só veio a ser sacramentado,  após ter sido escanteado na Convenção do Partido e só ter sido admitido como candidato,  após a recusa do deputado Gervásio Filho, que deu um sonoro não a Maranhão não aceitando, por hipótese alguma,  ser galgado a condições de candidato a vice.

Com a desistência de Gervásio Filho, o PMDB deixa de contar com uma chapa tida de  “puro sangue” e coloca Maranhão, outra vez, em cheque mate caso ele seja eleito e pretenda,  nas eleições de 2014, abdicar do mandato para se candidatar ao Senado da República, ou até mesmo,  tentar novamente o Governo do Estado. Neste cenário, será obrigado a entregar a Prefeitura a um aliado bisonho e magoado  por ter sido  a princípio deixado de lado, com o agravante de  pertencer  a um outro partido..   

Por seu turno, o senador Cícero Lucena, do PSDB,  além de não contar até agora, com o apoio implícito e empolgante do ex-governador Cássio Cunha Lima, considerado a maior liderança política do “tucanato” na Paraíba, vem enfrentando sérias dificuldades para encontrar um companheiro de chapa.

Escolhido como vice de Cícero, o médico Ítalo Kumamoto, não obteve a liberação do PSC, partido a qual pertence  para figurar na chapa do PSDB, tendo em vista que o ex-deputado Marcondes Gadelha, presidente estadual da legenda, com o apoio do diretório nacional, resolveu  apoiar o candidato do PT, Luciano Cartaxo. Caso o impasse persista, Cícero só tem hoje e amanhã, quando se encerra o prazo de inscrição no TRE para escolher,  em definitivo,  um candidato a vice que venha   somar ao seu potencial político.

Enquanto isso, Luciano Cartaxo, do PT, mesmo ostentando  o irrecusável apoio do prefeito Luciano Agra, até agora, não conseguiu agregar à sua campanha os dissidentes do PT, encabeçado pelo deputado federal Luis Couto e Cia.  Resta saber se esta animosidade contribuirá  ou não para o insucesso da sua pretensão.

O certo é que o xadrez político da Paraíba passa pelas eleições municipais em João Pessoa. O objeto de desejo será  o suntuoso Palácio da Redenção, cujo comando entrará novamente em jogo em 2014. Quem ficar com a capital terá um trunfo importante para o confronto na  busca das suas chaves e do espaldar da sua confortável  e poderosa cadeira.

Finalmente, diante da falta de nexo que domina a cena política paraibana, resta aos partidos e coligações,  interpretarem  a compreensão do eleitorado  que ficará atento ao inusitado jogo que vai começar.