Com o término do mandato do desembargador Luiz Silvio Ramalho Júnior, na presidência do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, nessa terça-feira, termina o segundo ciclo do poder “ramalhoano” naquela Corte de Justiça.
Coincidentemente, também nessa data, se início o segundo período “levinoano”, com a ascensão do desembargador Abraham Lincol da Cunha Ramos, ao cargo de presidente da mais alta Corte de Justiça do Estado.
Tanto Ramalho como Lincol são filhos de desembargadores que também chegaram ao topo do Poder Judiciário na Paraíba. São filhos de magistrados que presidiram, em décadas recentes, tanto o Tribunal de Justiça como o Tribunal Regional Eleitoral.
O desembargador Ramalho Júnior é filho do abnegado e talentoso magistrado Luiz Silvio Ramalho, oriundo do Vale do Piancó, civilista e que fez uma dinâmica e profícua administração quando comandou o TJ.
Já o desembargador Abraham Lincol é o filho primogênito do desembargador Miguel Levino de Oliveira Ramos, juiz exemplar, cultor do direito e emérito professor dos Cursos de Direito da UFPB e da UNIPE, do qual tive o privilégio de ser, apesar de relapso, um dos seus alunos e a quem devoto uma peculiar admiração e respeito.
No caso “levinoano” o ciclo do poder tenderá a ser longo, tendo em vista que também se encontra na fila para presidir o TJ-PB um outro filho de Miguel Levino, o jovem Márcio Murilo da Cunha Ramos que, a exemplo do irmão Lincol, também galgou, por merecimento, o cargo de desembargador.
Poderá, também, num futuro próximo, envergar a “beca” de desembargador o juiz Wolfram da Cunha Ramos, outro filho do professor Miguel, que é juiz de 3ª Entrância e está no 11º lugar na lista por antiguidade.
Mas, também, é bom que se diga que existem outras “dinastias” no Tribunal de Justiça da Paraíba, que também deverão retornar ao poder máximo naquela Corte.
Encontra-se em fila de espera para comandar à Casa, o desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho, oriundo do Ministério Público Estadual, que é filho do desembargador Júlio Aurélio Moreira Coutinho, que presidiu aquele Poder há bem pouco tempo, antes de atingir a compulsória.
Quem também está de olho na cadeira presidencial é o talentoso desembargador José Ricardo Porto, galgado ao posto na cota da OAB-PB, que é filho e sobrinho de desembargador, no caso Sílvio Pélico Porto (pai) e Mário Moacir Porto (tio). Este cassado pela ditadura quando presidia o TJ da Paraíba. O desembargador José Ricardo Porto, tanto pela sua capacidade como pela idade, sem sombras de dúvidas irá presidir, oportunamente, aquele Poder.
O ciclo hereditário nao para por ai. Estão na espreita em uma das vagas de desembargador os juizes de 3ª Entrâncias Onaldo Rocha de Queiroga; filho do desembargador Antônio Elias de Queiroga, que também já presidiu a Corte; José Herbet Luna Lisboa, filho do desembargador Martinho Lisboa, outro ex-presidente; Euler Paiva de Moura Jansen, filho do desembargador Orlando Jansen; que também comandou o Tribunal; e Almir Carneiro da Fonseca Júnior; um outro filho de desembargador/presidente, ou seja, Almir Carneiro da Fonseca.
O interessante nisso tudo é que nesses casos, não existem o tal de nepotismo, coisa de gente comum, e todos saem em vantagem pois, inteligentemente, evitam confrontos de impérios. Apenas, de vez em quando, permitem o surgimento de algumas escaramuças, coisas do cotidiano.
Mas, para que as “dinastias” sejam preservadas se recusam em levar a batalha adiante. O arcenal permanece bem guardado, mas, sempre apontado e atento às novas oportunidades que, por sinal, não são poucas!
Sabem que agindo dessa maneira todos escapam e as coroas e os brazões continuarão seguros e reluzentes.
E, sendo assim, a “beca” continua!
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