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Blog do Vavá da Luz

AS TORTURAS NA ÉPOCA DA DITADURA MILITAR NO BRASIL (Prof. Marcos Bacalháo)

 

marcos baclhao“A tortura é o meio mais seguro de absorver os criminosos robustos e condenar os fracos inocentes”

 

            Uma pesquisa coordenada pela Igreja Católica com documentos produzidos pelos próprios militares identificou mais de cem torturas usadas nos “anos de chumbo (1964-1985)” Foi nesse baú de torturas e crueldades, que incluía choques elétricos, afogamentos e muitas pancadarias, foi aberto de vez em 1968, o início do período mais duro do regime militar.

            A partir dessa época, a tortura passou a ser amplamente empregada, especialmente para obter informações de pessoas envolvidas com a luta armada.Contando com a “assessoria técnica” de militares americanos que ensinavam a torturar, grupos  policiais e militares começavam a agredir no momento da prisão, invadindo casas ou locais de trabalho. E as coisas pioravam mais nas delegacias de polícia e em quartéis, onde muitas vezes havia salas de interrogatórios revestidas com material isolante parta evitar que os gritos dos presos fossem ouvidos.

            Os suplícios eram duradouros e prolongavam-se por  horas, eram praticados por diversas pessoas e se repetiam por dias.O pau comeu solto até 1974, quando o presidente Ernesto Geisel tomou medidas para diminuir a tortura, afastando vários militares da “linha dura” do Exército.Durante o governo militar, mais de 280 pessoas foram mortas – muitas sob tortura. Mais de 100 desapareceram, segundo números reconhecidos oficialmente.Mas ninguém acusado de torturar presos políticos durante a ditadura militar chegou a ser punido. Em 1979, o Congresso aprovou a Lei da Anistia, que determinou que todos os envolvidos em crimes políticos – incluindo os torturadores – fossem perdoados pela Justiça.

            Tipos de torturas:

  • Cadeira elétrica: Nessa espécie de cadeira elétrica, os presos sentavam pelados numa cadeira revestida de zinco ligada a terminais elétricos. Quando o aparelho era ligado na eletricidade, o zinco transmitia choques  a todo o corpo. Muitas vezes os torturadores enfiavam na cabeça da vítima um balde de metal, onde também eram aplicados choques.
  • Páu-de-arara: É uma das mais antigas formas de tortura usadas no Brasil – já existia nos tempos da escravidão. Com uma barra de ferro atravessada entre os punhos e os joelhos, o preso ficava pelado, amarrado e pendurado a cerca de 20- centímetros do chão.
  • Choques elétricos:As máquinas usadas nessa tortura eram chamadas de “pimentinha” ou “Maricota”. Eles geravam choques que aumentavam quando a manivela era girada rapidamente pelo torturador. A descarga elétrica causava queimaduras e convulsões – muitas vezes, seu efeito fazia o preso morder violentamente a própria língua.
  • Espancamento: Vários tipos de agreções físicas eram combinados às outras formas de torturas. Um dos mais cruéis era o popular”telefone”. Com as duas mãos em forma de concha, o torturador dava tapas ao mesmo tempo contra os dois ouvidos do preso.A técnica era tão brutal que podia romper os tímpanos do acusado e provocar surdez permanente.
  • Afogamentos: Os torturadores fechavam as narinas do preso e colocavam uma mangueira ou um tubo de borracha  dentro da boca do acusado para obrigá-lo a engolir água. Outro método era mergulhar a cabeça do torturado num balde, tanque ou tambor cheio de água, forçando sua nuca para baixo até o limite do afogamento.
  • Geladeira: Os presos ficavam pelados numa cela baixa e pequena, que os impedia de ficar de pé. Depois, os torturadores alteravam um sistema de refrigeração super frio e um sistema de aquecimento que produzia calor insuportável, enquanto alto-falantes emitiam com sons irritantes. Os presos ficavam na “geladeira” por vários dias, sem água ou comida. Temos que pedir a Deus que isto não aconteça novamente! Tenho dito.

 

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