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Blog do Vavá da Luz

AS PREFEITURAS QUE REALIZARAM OBRAS DE PREVENÇÃO CONTRA AS SECAS NOS ANOS DE CHUVA, TERÃO MENOS DORES DE CABEÇA COM A ESTIAGEM.

Prof. Marciano Dantas, Natal Rn
Prof. Marciano Dantas, Natal Rn

Mas uma vez a seca atormenta o sertão nordestino. Isso está ocorrendo num ano em que todos os institutos de pesquisas indicavam um ano com muita chuva no Nordeste e após vários anos com índices de chuva acima da média. A seca é um fenômeno natural, porém, suas consequências, estão mais relacionadas à ação antrópica.

    É comum ligarmos os noticiários e sair reportagens sobre animais morrendo de fome e de sede no sertão nordestino, o que é um absurdo para os dias de hoje, com tantos avanços tecnológicos. Absurdo porque, enquanto a média de chuva no Nordeste é de 500 milímetros, em Israel a média pluviométrica é de torno de 250 milímetros, e o país é um dos maiores produtores mundiais de alimentos por quilômetros quadrados. Isso ocorre devido à política desenvolvida pelo governo israelense.  

    Nesses anos que choveram bastante no Nordeste, poucas prefeituras aproveitaram os anos de fartura para prepararem o município para supostas secas. Porém, essas que se prepararam, criando obras de combate à seca, estão com certo alívio em relação as que não realizaram as obras.

    Dentre essas obras estão as barragens submersas, a construção de cisternas, poços artesianos e amazonas, o apoio à agricultura familiar, dentre outros.

    A construção de barragens submersas é uma das alternativas mais viáveis para o Nordeste, pois, enquanto a média hídrica da região gira em torno de 500 milímetros, a evaporação fica em torno de 2000 milímetros, com uma perda hídrica de 1500 milímetros. Enquanto que nas barragens emersas há um grande volume de perda de água por meio da evaporação, essa perda nas barragens submersas é quase zero, pois, como a água fica represada no subsolo, há pouca ou quase nenhuma evaporação. Os municípios que investiram na construção de barragens submersas aproveitaram os anos de chuva e hoje, nos lençóis freáticos, há água suficiente para a população e os animais escaparem nesse período de estiagem.

    A construção de cisternas permitiu o acúmulo de água da chuva, evitando doenças ao consumir água contaminada. A abertura de poços permite que o agricultor realize o plantio por meio da irrigação. Porém, a maioria dos agricultores irrigam suas plantações de forma irregular, ou seja, por meio da aspersão que, além de consumir um grande número de água, contribui para degradar o solo por meio da erosão e da retirada da matéria orgânica. O correto é a irrigação por gotejamento. Esse tipo de irrigação consome pouca água e deixa a planta com mais nutrientes.

    O incentivo à agricultura familiar é essencial, pois são os pequenos e médios agricultores quem mais produz alimentos saudáveis para a população, diferente das grandes propriedades comerciais que, além de produzirem para a exportação, usam uma grande quantidade de agrotóxicos.

    Porém, nem tudo está perdido. Os prefeitos que já investiam nesses fatores citados anteriormente devem investir cada vez mais, contribuindo para a melhoria na qualidade de vida da população e na geração de emprego e renda. E as prefeituras que não realizaram obras de prevenção contra a seca, o momento é esse, em que as mesmas devem aproveitar as frentes de emergência que irão surgir e investir em obras de combate das secas que virão no futuro.

Professor Marciano Dantas – Natal/RN.