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Blog do Vavá da Luz

AQUI FORA TA UMA MERDA : Arrependido, foragido há dois anos decide voltar à prisão

Foragido há dois anos do Instituto Penal Edgard Costa, em Niterói, onde cumpria pena de 16 anos por homicídio e assalto, Renato da Silva Ferreira, 31 anos, arrependeu-se e se entregou ontem à Justiça. Ele teve ajuda do grupo AfroReggae.

Segundo ele, a decisão de voltar à prisão foi tomada depois de se converter à Assembleia de Deus de Bento Ribeiro. Ele explicou: “Estava mais preso do lado de fora do que agora.” Renato ainda tem 12 anos da pena para cumprir. “Não conseguia arrumar emprego para sustentar minha família e não podia ficar na casa da minha esposa ou da minha mãe, porque vivia com medo de ser preso. Não tinha dinheiro para nada. Na hora de dormir, chorava e me sentia deprimido longe da família. Comecei a entender que ninguém ia me aceitar porque eu estava devendo cadeia. Agora quero pagar o que devo à Justiça e ter uma vida digna mesmo preso”, disse ele.

Ontem, pouco depois das 11h30, Renato chegou à sede do AfroReggae, na Lapa, com a mãe Rosário, a tia Deise e a mulher, Elizabeth. Em seguida, foi à Defensoria Pública e de lá para a Vara de Execuções Penais (VEP), no Tribunal de Justiça, onde se entregou ao juiz Carlos Eduardo de Figueiredo. Uma conversa muito rápida com o magistrado selou seu destino. “Estou tranquilo. Vou fazer o que for mandado para sair daqui o mais rápido possível e levar uma vida normal”, planejou.

Ex-detentos deram força

A ajuda para que Renato se entregasse veio de duas pessoas que sabem muito bem o que é estar do outro lado da lei, mas que hoje nada devem à Justiça: o agora pastor evangélico Marcos César Santos Costa, que era conhecido como Cesinha da Cidade de Deus, e Norton Guimarães, idealizador e coordenador do projeto Empregabilidade do AfroReggae, que foi assaltante.

‘Vou ficar sossegada’

Sorrir ao contar que o filho vai ser preso e chorar de felicidade ao ter que deixá-lo na sala da VEP, de onde seguiria para a cadeia, não são a atitudes que se espera de uma mãe. Mas não é o caso de Rosário. “Agora, vou poder ficar sossegada, sabendo que meu telefone não vai tocar com uma notícia ruim sobre meu filho”, disse ela ontem, aos prantos, abraçada a Renato.

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