Ao se decidir por “bater na chapa” na convenção contra Estelizabel Bezerra, candidata escolhida pelo PSB de João Pessoa, do Estado e do governador Ricardo Coutinho, o prefeito Luciano Agra aceitou jogar o jogo.
E o jogo é duro.
Vencendo, recupera o apoio, aomenos, formal da legenda, com a qual entrou em pé de guerra e confronto direto desde janeiro deste ano, o que resultou em canetada em boa parte dos dirigentes do PSB da prefeitura.
Perdendo, se encontrará num dilema. Não acatando a derrota, será considerado um “rebelde oficial”, daqueles que só aceitam as regras do jogo quando elas o favorecem. Pode até sair do PSB e apoiar outro candidato, mais precisamente Nonato Bandeira (PPS). Porém sai pelas portas do fundo.
Claro que Agra alegará todo tipo de “manobra” do PSB, falsificação de atas, obstrução da lista, fraude nacontagem de votos e qualquer coisa que torne ilegítimo o resultado caso seja contrário a suas pretensões. Mas, de todo jeito, será, em caso de derrota, o perdedor inconformado.
Há uma ingrendiente nesta história. E ele foi colocado na panela por Estelizabel, que vem assegurando que, se perder, estará abraçada com Agra na caminhada pela vitória em João Pessoa. Alguém pode pular da cadeira e dizer: “Isso é retórica, amigo! Estela tá dizendo isso de boca pra fora!”. Que seja. O fato é que ela disse e disse primeiro.
Se perder e não apoiar Agra, sairá como “mentirosa”. O que importa é que Estela Resolveu arriscar-se, colocando sua palavra. Teve coragem pra tal. Inspirou a necessidade de unidade, coisa que, na falta, está acabando com o projeto construído em 2004.
Impôs ao Luciano Agra um desafio, que até agora não foi aceito, e que coloca o prefeito num xeque-mate.
Quem perder, adere ao vencedor?!
Luís Tôrres