O defensor público geral do Estado, Vanildo Oliveira Brito, decidiu jogar duro com o ex-senador Wilson Santiago (PMDB), servidor de carreira do órgão. Sem dar as caras na Defensoria desde que deixou o Senado, em novembro do ano passado, após perder na Justiça o mandato para o atual senador Cássio Cunha Lima (PSDB), Santiago corre o risco de sofrer penas administrativas previstas em lei pela negligência com suas obrigações funcionais.
Oficialmente, existe muito papo e pouco papel em relação à situação de Wilson Santiago na Defensoria, desde que o ex-senador voltou a ser um cidadão comum e com obrigações funcionais com o Estado.
No final de fevereiro, o deputado Wilson Santiago Filho (PMDB), numa tentativa de preservar a imagem do pai, garantiu que o ex-senador foi quem tinha tomado a iniciativa de pedir para retornar à Defensoria, preocupado com o recolhimento da Previdência e os possíveis efeitos numa aposentadoria, nos próximos anos,
No último dia 24, o blog trouxe em primeira mão a informação de que, por designação do defensor geral Vanildo Brito, o ex-senador tinha sido designado para atuar no Tribunal do Juri da Capital. Segundo Brito, no início deste mês, a Corregedoria do órgão teria condições de dar parecer sobre a atuação de Santiago.
Nesta segunda-feira, 5, o Blog manteve contato com o corregedor-geral da Defensoria Geral do Estado, Francisco Ramalho. Segundo ele, até ontem, seu setor não dispunha ainda de nenhum dado a respeito do desempenho do defensor Wilson Santiago, mas informações extraoficiais davam conta de que o ex-senador teria pedido formalmente dispensa do trabalho alegando estar ocupando cargo no Parlasul – cargo, inclusive, alvo de polêmica no Congresso Nacional.
Na manhã desta terça-feira, 6, foi novamente ouvido pelo Blog o defensor geral Vanildo Brito, que negou peremptoriamente ter recebido qualquer pedido formal de Wilson Santiago para ficar à disposição do Parlasul. “O corregedor deve ter-se equivocado”, acredita Brito.
De qualquer forma, ele revelou que tinha acabado de designar um corregedor auxiliar com a missão de levantar informações sobre a frequência ou atuação de Wilson Santiago junto ao Tribunal de Júri de João Pessoa, para onde foi formalmente designado por ato da Defensoria Geral. “Caso fique comprovado de que ele não tem dado expediente, tomarei as medidas necessárias”, anunciou Vanildo Brito.
Blog do Marcos Alfredo