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ACAUÃ E A TRANSPOSIÇÃO RIO SÃO FRANCISCO ( Prof. Marcos Bacalháo)

Segunda-feira, 15 de outubro de 2012 às 12:47, foi nesta data que o Sr. Governador Ricardo Coutinho, assinou a 0rdem de Serviço para o início do Canal Acauã-Araçagi, uma das maiores obras hídricas financiada pelo PAC e a maior obra hídrica dos últimos 30 anos da Paraíba, tendo um investimento de quase 1 bilhão de reais. Ele destacou que as terras do Vale do Paraíba até o brejo, sempre forram terras férteis e que essa obra procurava justamente resgatar e criar condições delas serem utilizadas: “para isso, com o sistema que vai captar água, no Açude de Acauã e conduzi-la por 112 km de canal e que será possível irrigar 15.700 ha para agricultura e para revitalizar a pecuária”.     

Esta é a primeira obra complementar à transposição de águas do Rio São Francisco, beneficiando 36 municípios com uma população de 590 mil pessoas. Serão contempladas diretamente os municípios de Itatuba, Ingá, Mogeiro, Itabaiana,São José dos Ramos, Sobrado, Riachão do Poço, Sapé, Mari,Cuité do Manguape, Araçagi, Itapororoca, Curral de Cima, sendo ainda favorecidas indiretamente mais 23 cidades.

Esta obra é considerada a porta de entrada das águas vinda do São Francisco que vai integrar as bacias hidrográficas da vertente litorânea paraibana. Será que não vai ficar no esquecimento, como ficou a transposição do S. Francisco?

Será que esses grandes interesses por trás da obra estão protegidos por governadores, ministros, deputados, senadores, políticos locais, que encontraram na Presidente da Republica um aliado capaz de usar às necessidades primárias da população – água para beber e se alimentar – como artifício para satisfazer ambições poder e riqueza ?

Já sabemos que o destino das águas a serem transpostas querem que já esteja selado: irrigar grandes empreendimentos poluidores, irrigar o agronegócio da fruticultura, etc. O povo é o detalhe legitimador e o inocente pagador.

Na minha opinião, quero dizer para a sociedade e os demais que as águas do Rio São Francisco querem continuar seguindo seu curso natural, pois é por onde geram e reproduzem um complexo inseparável de vida. Essas águas do S.. Francisco sofrem pela ação depredadora dos que, por colocarem o lucro acima da vida, pilham o rio de toda forma: desmatamento, lixo, agrotóxico,metais pesados, etc.

O Semiárido Brasileiro não precisa de grandes obras para tratar os problemas causados pela irregularidades das chuvas abundantes.Precisa sim, de ações de convivência. Os que vivem e trabalham no Semiárido carecem ser ouvidos, seus direitos fundamentais respeitados e suas experiências conhecidas e multiplicadas.

Vamos rezar para que não ocorra com o Canal da Acauã o que ocorreu com a transposição do Rio São Francisco.

 

Ingá, fevereiro de 2013

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