Foto da ultima visita que fiz ao amigo a aproximadamente 20 dias atrás quando se recuperava de uma cirurgia, ao fundo, Dona Noêmia sua mãe.
A PERDA DE UM AMIGO
Prof. Marcos Bacalháo
Nasceu 12-07-1947 – Faleceu 21-08-2013
REGINALDO PAULO
Na penumbra sombria daquela capela
À luz mortiça das velas de cera
Repousa o corpo inerte, frio e sem vida
Num esquife de mogno(*) negro e aveludado
Sentada a mulher de negro está carpindo
Em pé os homens recordam com saudade
Os momentos que partilharam com o defunto
Alguns em sussurro oram com respeito
Por aquele que outrora fora seu amigo.
O sacerdote chegou para rezar a missa
Por aquela alma decente e bondosa
Que tão jovem nos deixou e partiu
Desfilamos numa última homenagem
De saudade e desejo de uma Paz Eterna.
(*) – Árvore meliácea cuja madeira de lei. (Raymundo Asfora)
Alguns se vão cedo, outros tarde, um por injustiça, outros por ser a hora, uns por acontecidos, outros de propósito. A morte é a única certeza do ser humano. Dói muito quando morre alguém da nossa família, mas tudo se ajeita com o tempo.
Mas quando morre um amigo, é muito mais dolorido por achar que era a hora. Ficamos martelando isso direto em nossos pensamentos, ficando guardado anos e anos em nossa mente.
Um amigo pode te trazer um simples sorriso e você se sente bem por isso, ele pode ti trazer um abraço forte de aconchego , sem precisar saber que era tudo que você queria naquela hora. Por isso a perca de um amigo a dor é eterna por você ter perdido quem te trazia muitas alegrias.
No entanto, é isso mesmo que nos permite ir ultrapassando o desgosto, é esse turbilhão da vida a nossa volta, essa vida de que fazemos parte, enquanto os mortos atravessam fronteiras, que não nos deixa alcançá-los. Um morto é um mundo que se fecha também para nós, que participamos daquela vida e que foi também parte da nossa.
Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão, poderá morrer de saudades, mas não estará só.