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A MÃO SUJA E DESAFIADORA DE RENAN (Chico Pinto)

A MÃO SUJA E DESAFIADORA DE RENAN

 

Inabalável  e apática tudo indica que a partir desta sexta-feira a nação brasileira passará a conviver novamente com o senador Renan Calheiro à frente do Senado e do Congresso Nacional. Caso não ocorra nenhuma surpresa,  Renan retoma o comando da Casa após ter  sido defenestrado do cargo envolto em denúncias de falcatruas no episódio que ficou conhecido como “bois de Alagoas”.

Eleito, Renan passará a comandar a mais Alta Casa do Legislativo brasileiro, na condição de denunciado junto ao Supremo Tribunal Federal  pela Procuradoria da República. Isto é, o Senado está propenso  a devolver a sua presidência a um futuro réu. Ou, na pior das hipóteses, a um futuro condenado.  

 

O caso, que corre sob segredo de Justiça, é o mesmo que levou o parlamentar a renunciar ao comando do Senado, em 2007, para tentar se livrar da cassação de seu mandato de senador. Renan foi acusado de permitir que um lobista de uma empreiteira pagasse suas despesas pessoais, como a pensão da filha que teve em relação extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso.

O senador das Alagoas é hoje o favorito para assumir novamente o mais alto posto na Casa, em eleição a ser realizada nesta sexta-feira. Surpreende nisso tudo é que a volta do peemedebista tem a bênção do Palácio do Planalto e de toda a base de sustentação da presidente Dilma Rousseff no Congresso, o que confirma que poucos estão se importando como a moralidade pública.

Uma das últimas denúncias contra Renan foi  publicada pelo Estadão na semana passada mostrando que o senador utilizou sua influência na Caixa Econômica Federal e entre correligionários para transformar o Estado de Alagoas numa máquina de contratações do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

A Construtora Uchôa, do irmão de Tito Uchôa, apontado como laranja do peemedebista faturou mais de R$ 70 milhões no programa nos últimos dois anos, segundo a reportagem. Tito Uchôa é sócio do filho do senador, o deputado federal Renan Filho (PMDB), em uma gráfica e em duas rádios. A mulher dele, Vânia Uchôa, era funcionária do gabinete de Renan.

É por demais constrangedor que mesmo respondendo a processos na Justiça, entre eles um de improbidade administrativa, e tendo seu nome ainda constantemente envolvido em polêmicas, o nome do peemedebista segue firme na disputa e, somente um fato surpresa, de grandes dimensões, poderá evitar que ele se “abufele” no espaldar da cadeira de Presidente do Senado.

Mais surpreendente ainda, é que Renan Calheiro, navega em águas calmas e cristalinas na busca da Presidência do Senado, sem sequer ser contestado pela opinião pública, que se cala e se conforma com este tipo de absurdo, mesma sabendo da dimensão e da desmoralização que a eleição trará para um dos mais importantes Poderes da República, justamente aquele que representa a sociedade.

Ao ficar omissa e passiva diante do caso a sociedade passa a avaliar que pessoas dotadas de “mãos sujas” e emporcalhadas tenham o mesmo privilégio daq ueles que vivem em consonância com a moralidade, com a ética e com respeito às leis.

O certo é que Renan e sua “trupe” continuam desafiando os bons costumes da Nação!

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