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A FRAGILIDADE DO ELEITOR ( Prof. Marcos Bacalháo )

O eleitor brasileiro acostumou-se a votar no candidato e não no Partido Político. Durante a realização das campanhas políticas, é muito comum, se ouvir o eleitor se expressar que o “ partido não interessa”. mas, que ele vota no candidato. Isto é cultura que se criou no país, devido às várias formações partidárias de criação e extinção de partidos políticos.

Outro aspecto relevante é que, embora o eleitor seja conservador e não goste de mudar, o fato é que em não havendo fidelidade partidária, a tendência é votar livremente, não escolhendo programas ou plataformas eleitorais, mas objetivando, apenas, votar em quem lhe oferece algo, em virtude dos maus exemplos dps próprios candidatos.

O panorama é um poucodiverso nas democracias mais frágeis, como é o caso das nações em desenvolvimento, e o Brasil não foge a essa regra.

As campanhas políticas são impregnadas de promessas de mudanças radicais e de um tom essencialmente emocional.

Os Políticos, antes de defenderem idéias, programas ou projetos, travam batalhas entre si, apontando erros, omissões e chegando até aos ataques pessoais. Os políticos e os partidos trabalham em função do terceiro segmento do processo, que é o eleitor. Daí, tudo se fazer para influenciar o cidadão, o eleitor, criando-se regras e condições para captar sua opinião favorável ao candidato ou ao partido. É curioso destacar que nunca os eleitores se liberam das influências sociais, religiosas ou interesseiras.

Pode-se citar como exemplo os Partidos Políticos de outros países como é o caso do Uruguai, como Blanco e Colorado, que nunca foram extintos e existem desde 1826, e, por tradição, o eleitor uruguaio vota no partido e não no candidato. Já nos Estados Unidos da América do Norte, onde a sociedade americana, embora com dezenas de Partidos, tradicionalmente, vota no Partido Republicano ou no Democrata. Diga-se de passagem, que estes Partidos, contam com mais de dois séculos de existência e nunca foram extintos.

O sistema partidário brasileiro vive em crise constante, pois não consegui implantar uma tradição ou mesmo organizar-se de forma a oferecer ao eleitor, (ao besta) opções que redundassem em verdadeira representatividade.

A desilusão é constante. A cada eleição o povo desacredita mais e mais nos líderes partidários ou nos candidatos, em virtude dos escândalos, dos problemas sociais, de promessas falsas não cumpridas e acima de tudo, porque não vê realizados os seus intentos em prol de si próprios e da sua família.

Assim, ou o Brasil se moderniza e inicia uma nova fase em sua cultura política. Eleitoral e partidária, ou se firmará nos segmentos mais significativos da sociedade brasileira, o conceito que a Democracia não passa de um “mito”.