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Blog do Vavá da Luz

A ESPERTEZA CONTROLA O VOTO (Chico Pinto)

Todos aqueles que desejarem enveredar pelo árduo caminho da política eleitoral, não pode e nem devem desprezar, por hipótese algumas, as duas principais leis do sagaz Tancredo Neves, considerado um dos políticos mais ardilosos que este País já produziu. 

 A primeira lei diz que, “quando você é esperto demais, a esperteza te come”. A segunda, que prevalece até hoje, “é que em eleição não interessam estatísticas nem o que diz o tal de Karl Marx, em o Capital. Só interessa o que diz o Diário Oficial”.

 

Outro ensinamento que é levado ao pé da letra é aquele de que “o voto não tem ideologia”. Tem interesse pessoal e/ou empresarial. Geralmente, o voto é dado por  amizade ou em troca de algo. Poucos estão interessados na honestidade, na capacidade  de trabalho e no espírito público do candidato.  O que vale é o dividendo!

 

No entanto, este tipo de esperteza tem lá os seus limites. Caso as regras sejam extrapoladas e não leve em conta a primeira lei de Tancredo o tiro pode muito bem sair pela culatra. 

 

Quer um exemplo: a presidente Dilma Rousseff já começou a pagar o preço por ter antecipado em quase dois anos o lançamento de sua candidatura à reeleição.

 

Ao antecipar o seu desejo está sendo obrigada a conviver com um duríssimo  fisiologismo político e com máxima franciscana do “é dando que se recebe”. 

 

Em troca de apoio na próxima eleição presidencial, os partidos da base de sustentação do governo reagiram  ao modo do que ensina a segunda lei “Tranquediana”.  Aquela que só interessa o que diz o Diário Oficial.  

 

Oportunistas,  aumentaram  o valor de seus passes no balcão em que negociam as barganhas políticas e passaram a cobrar ministérios, cargos, posições. 

 

O erro de Dilma foi topar o jogo perverso da barganha, obrigando-a a rasgar a fantasia de faxineira da sujeira provocada pelos maus modos dos políticos brasileiros.

 

Ao permitir o conchave, a Presidenta foi impelida a deixar de lado o figurino de governante que não compromete a boa gestão pública por causo dos acertos políticos, construída nos dois primeiros anos de seu mandato.

 

Deixou antevê que a sua “dureza” não passa de uma farsa eleitoreira; e que está disposta a fatiar o governo em troca de uma coalizão partidária que lhe permita o maior tempo de propaganda na TV, e dificultar a vida dos adversários. 

 

Ao agir dessa forma, talvez ela tenha levado em consideração a arcaica máxima de que o “voto não tem ideologia”. Aquela de que o eleitor está acostumado a votar no candidato cujas promessas favorecem os seus interesses.

 

Seria utópico imaginar que isso só ocorre na esfera federal. Pelo contrário, o método vem sendo posto em prática na expressiva, ou melhor, em todos os Estados onde haverá reeleição, como também, naqueles onde os atuais governadores pretendem fazer o sucessor. 

 

O certo é, que esse tipo de comportamento,  irá persistir até o dia em que o eleitor deixar de ser apenas uma percentagem no calendário político brasileiro.