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MARANHÃO, QUREM DIRIA, UM VELHO CALOTEIRO

Maranhão deve sim os 500 mil reais a Anderson Pires e, por insistir no calote, poderá perder o mandato de senador

Maranhão deve sim os 500 mil reais a Anderson Pires e, por insistir no calote, poderá perder o mandato de senador

 

A notícia de que José Targino Maranhão, do PMDB, poderá não assumir a vaga de senador, tem deixado muita gente a se perguntar o que estaria acontecendo nos bastidores e se a notícia tem procedência e conseqüência.

Eu digo que tem e vou explicar o que está acontecendo. O colega marqueteiro Anderson Pires, dono da Signo Comunicação, fez a campanha do então governador Maranhão no segundo turno da eleição de 2010.

Como todos sabem, o primeiro turno havia sido feito pela Propeg, que zarpou dois dias antes da eleição para não ser acusada in loco pelo desastre eleitoral, pois a empresa baiana indicada por João Santana conseguiu a façanha de derrubar uma liderança de 22 pontos para um empate técnico com Ricardo Coutinho na semana que foi embora às pressas.

A Signo era a agência licitada do governo, operava a cota master e por esse motivo foi preterida para fazer a campanha. Anderson ficou revoltado com o que muitos consideraram uma rasteira do núcleo duro em torno do governador.

Só que aquela ideia de que Maranhão venceria Ricardo Coutinho no primeiro turno, o mesmo erro de estratégia que cometeram agora na eleição de Cássio, gorou e Anderson apareceu como solução caseira para tentar virar o jogo no segundo turno.

Montou uma equipe muito boa e eu sou testemunha do seu esforço, pois também atuei naquela campanha.

De cara, Anderson enfrentou a falta de vontade do candidato, que ficou uma semana sem querer gravar o guia, antecipando-se como derrotado.

No percurso, Maranhão se empolgou, a campanha ganhou nova motivação e Anderson deu sim conta do recado. Talvez até o final tivesse sido outro, caso ele tivesse feito a campanha desde o primeiro turno.

O problema é que a Propeg tinha custado os olhos da cara e dizem que muita gente comeu daquele pirão que teria custado extra-oficialmente mais de 10 milhões.

E aí faltou dinheiro para fazer uma campanha competitiva no segundo turno e Maranhão terminou devendo a muitos fornecedores, entre eles a gráfica Moura Ramos e a Signo, de Anderson Pires.

Eu vi a pactuação feita e sabia que a primeira parcela dos 500 mil havia sido ajustada em documento firmado no TRE pelo PMDB para o segundo semestre de 2014. Se alguém tem dúvida, entre agora no site do TRE e verá que foi o próprio Maranhão quem propôs o parcelamento do débito.

Que Maranhão e o PMDB não pagaram nenhuma parcela fiquei sabendo hoje e louvo a paciência de Anderson Pires diante de um calote recebido de um homem milionário e de um partido que recebe todo mês mais de 80 mil reais.

Maranhão negou ao repórter do MaisPB a dívida, mas deve sim os 500 mil reais a Anderson Pires, que o denunciou e deve apresentar provas de que houve fraude cartorial na prestação de contas de Maranhão em 2012, quando foi candidato a prefeito de João Pessoa e teria dado a dívida como quitada.

Não sou jurista, mas diante dos documentos que o publicitário tem em mãos, e eu vi, o ex-governador José Maranhão poderá sim perder a oportunidade de ser diplomado senador e, pela dívida que insiste em não pagar e agora diz não ter, mancha seu curriculum na reta final de sua vida pública.

Pague o que deve, ex-governador, antes que vire um quase senador, e caia na vala comum dos políticos caloteiros.

Dercio Alcantara