Além do senador eleito José Maranhão (PMDB), de Vitalzinho (PMDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB) que podem concluir os seus mandatos por mais quatro anos, o Senado Federal já conta com dois paraibanos Lindemberg Farias (PT) que é de João Pessoa e representa o Rio de Janeiro e de João Vicente Claudino que é natural de Cajazeiras e ocupa uma cadeira do Piauí. A Paraíba terá agora uma representação feminina: trata-se da senadora eleita no Rio Grande do Norte Fátima Bezerra (PT) que é natural de Nova Palmeira (PB).
Assim como Zé Maranhão, Fátima Bezerra (PT) disputou a única cadeira do Senado no vizinho Rio Grande do Norte e obteve sucesso nas urnas. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, com 100% dos votos válidos apurados, ela teve 54,84% dos votos válidos, o que equivale a 808.055 votos. A candidata Vilma Maria de Faria (PSB) foi a segunda mais votada com 43,23% dos votos válidos (636.896 votos).
O RN teve quatro candidatos ao Senado. Além de Fátima e Vilma, concorreram a uma vaga Ana Célia (PSTU) e Lailson de Sousa (PSOL). O candidato Roberto Ronconi (PSL) teve o registro da candidatura cassado no dia 22 de setembro após a renúncia do candidato a 1º suplente, Ricardo Farias, a menos de 20 dias das eleições.
Após a apuração, Fátima disse que “o povo do Rio Grande do Norte faz história neste momento ao eleger uma senadora de origem popular”. “A minha primeira palavra ao povo do Rio Grande do Norte é de agradecimento pela expressiva votação, por este gesto tão generoso que depositou na nossa luta. Isto aumenta mais ainda a nossa responsabilidade. Mas sempre digo que vou corresponder a esta confiança como sempre fiz, com seriedade, ética, compromisso. É um fato novo na política, uma quebra de paradigma. No nosso estado, o senado sempre foi ocupado por representantes das oligarquias, ex-governadores, ou políticos em fim de carreira. A minha vitória traz um fato novo que é eleger uma professora de origem modesta, que conseguiu ser deputada estadual e federal, e agora serei a senadora de todos, de todo o Rio Grande do Norte”, declarou.
PARAIBANA: Fátima Bezerra nasceu em Nova Palmeira, na Paraíba, e se mudou para Natal para continuar os estudos, no início da década de 70. Fátima é professora e pedagoga. Iniciou sua trajetória política quando era estudante na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Participou do congresso que marcou a reconstrução da UNE, em Salvador, e do Encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, realizado no Rio de Janeiro, que celebrou a volta de alguns exilados ao Brasil. Entrou para o magistério em 1980 e 1982 como professora da rede estadual e da prefeitura de Natal. Filiada ao PT desde 1981, Fátima Bezerra elegeu-se deputada estadual por dois mandatos, em 1994 e 1998. Ela exerce o mandato de deputada federal desde 2002, quando foi eleita a deputada federal mais votada do RN. Em 2005, foi presidente da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados e é membro titular da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados desde o seu primeiro mandato federal.
Campanha
Desde o início da campanha e com a divulgação de pesquisas de intenção de votos, ficou claro que a disputa pela vaga do Rio Grande do Norte no Senado Federal ficaria entre Fátima e Vilma. Durante um bom tempo, Vilma liderou as pesquisas. Mas, nas últimas divulgações, já se previa um empate técnico, com vantagem para a candidata petista. Mesmo com essa bipolarização da disputa, a campanha no Rio Grande do Norte não foi de polêmicas.
Perfil Fátima Bezerra
Maria de Fátima Bezerra, ou somente Fátima Bezerra, se transferiu para a capital potiguar no início da década de 70, vinda de Nova Palmeira (PB), sua cidade de origem. Nascida em 1955, numa casa de nove irmãos, Fátima é professora e pedagoga, graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde iniciou sua trajetória política participando de movimentos sociais.Entre suas atividades de destaque à época, Fátima participou do congresso que marcou a reconstrução da UNE, em Salvador, e do Encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, realizado no Rio de Janeiro, que celebrou a volta de exilados ao Brasil. Entrou para o magistério em 1980 e 1982 como professora da rede estadual e municipal.
Fátima foi uma das fundadoras, vice-presidente e presidente, da Associação dos Orientadores Educacionais; secretária-geral da Associação dos Professores; e presidente – por duas gestões – do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, além de ser uma das fundadoras também do Fórum Estadual dos Servidores Públicos.
No ano de 1981 se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT). Já no ano de 1994 elegeu-se deputada estadual, por dois mandatos consecutivos (1994 – 1998). Na Assembleia Legislativa foi presidente da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Interior. Por sua atuação, recebeu do Comitê de Imprensa da Assembleia os títulos de Parlamentar do Ano de 1996 e de melhor Parlamentar da Legislatura 1995-1998.
Entre outras atividades exercidas por Fátima, está a atuação como representante do Legislativo potiguar no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania e no Conselho Estadual do Meio Ambiente, além de ter sido delegada na IV Conferência Mundial sobre a Mulher (Beijing, 1995) e no I e II Fórum Social Mundial (Porto Alegre, 2001 e 2002). Fátima também participou do Encontro Internacional em Solidariedade às Mulheres Cubanas (Havana, 1998) e, integra o Diretório Estadual e a Executiva Nacional do PT.
Em 1996, Fátima disputou pela primeira vez a Prefeitura do Natal, onde não obteve êxito. Na ocasião, Wilma de Faria (PSB) saiu vitoriosa das urnas. O cenário não foi diferente no ano 2000, quando Fátima tentou novamente o executivo municipal e não foi eleita, sendo Wilma reeleita para novo mandato. No ano de 2002
Fátima iniciou seu mandato como deputada federal, reeleita em 2006 e 2010 – ano em que obteve a quinta melhor votação proporcional do país, com 220.355 votos.A deputada ainda disputou por mais duas vezes as eleições para assumir o Palácio Felipe Camarão. Uma em 2004 quando perdeu a eleição para Wilma de Faria (PSB) e outra em 2008 quando Micarla de Souza (PV) foi eleita prefeita do Natal.
Em setembro de 2011, a deputada, na época presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, reativou a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Livro e da Leitura. Nos quase três anos de retomada das atividades, a Frente vem realizando ações em prol de uma política pública em defesa do livro, da leitura e da biblioteca e da regulamentação via projeto de Lei do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e do Instituto Nacional do Livro, Leitura e Literatura
No ano de 2012, Fátima vira coordenadora do Núcleo de Educação e cultura da Bancada do PT no Congresso Nacional. Durante sua gestão, Fátima trabalhou pela aprovação da PEC da Música, do Sistema Nacional de Cultura e do Vale Cultura e, que através de um cartão magnético pré-pago, válido em todo território nacional, no valor de 50 reais mensais, os trabalhadores de carteira assinada poderão ir ao teatro, cinema, museus, espetáculos, shows, circo ou mesmo comprar ou alugar CDs, DVDs, livros, revistas e jornais.
Já em 2013, a candidata assumiu duas relatorias na Comissão de Educação e de Cultura: Projeto de Lei 1321/2011, que cria o Fundo Nacional Pró-Leitura (FNPL), destinado à captação de recursos para atendimento aos objetivos da Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003; e o Projeto de Lei 4534/12, que atualiza e institui a Política Nacional do Livro(PNL), definindo, portanto, o que é considerado livro no Brasil, incluído os digitais também.
Fátima trabalhou pela aprovação do novo Plano Nacional de Educação (PNE) ainda no primeiro semestre de 2014. O PNE apresenta as 20 metas para Educação que visam, entre outros objetivos, erradicar o analfabetismo e universalizar o atendimento escolar, com o aumento de vagas em creches, ensino médio, profissionalizante e universidades públicas.
Henrique Lima
PB Agora com informações do Portal Nominuto.com e G1 RN