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Dilma busca políticos e empresários fortes para compor novo ministério

A presidente já tem como opções os empresários Abílio Diniz e Josué Alencar. As indicações podem servir como ponte para um diálogo mais próximo com o setor produtivo

A presidente Dilma Rousseff tem avisado a aliados e interlocutores do governo que, além de nomes fortes do meio político, pretende ter entre seus novos ministros, quadros que representem setores empresariais importantes do país. Neste contexto, o nome do empresário Abílio Diniz tem sido novamente cogitado para integrar o novo governo.

Apoiador de Dilma, no início deste ano, o empresário chegou a ser convidado para assumir a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC), deixada por Fernando Pimentel às vésperas da campanha. Diniz, no entanto, recusou o convite se dizendo lisonjeado.

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O convite deve ser refeito, de acordo com integrantes do governo, próximos à presidente. Tão logo Dilma foi reeleita, o empresário ainda divulgou uma carta, parabenizando a presidente dizendo que era necessário “tranquilizar o país”, após uma campanha tão acirrada.

O nome de Abílio Diniz tem sido entendido como uma forma de dar sinais importantes para o meio empresarial, que nos últimos meses vem se colocando bastante crítico à condução da política econômica. Para integrantes do núcleo do governo, a carta aberta à presidente pode ser intendida como uma sinalização de que ele aceitaria um segundo convite.

“Escrevo a carta autorizado pelo amor que tenho pelo Brasil e pelo desejo de contribuir para o desenvolvimento deste país”, diz o texto publicado na Folha de São Paulo.

O aviso de ter nomes com um perfil mais empresarial chegou a ser dado inclusive ao PMDB. Diante disso, o nome do empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente da República, José Alencar, que morreu em 2011 deve ser indicado para o MDIC.

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Embora integrantes do PMDB deem como certo o seu nome como indicação do partido, ainda há desconfiança no Planalto de que o PMDB queira contabilizar o nome do empresário como indicação da própria presidente e, com isso, reivindicar novas pastas. Josué se filiou ao PMDB no ano passado, foi candidato ao Senado por Minas Gerais, mas não se elegeu. Seu nome tem também o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fatura

A eleição mal acabou e as disputas entre os aliados pelas vagas na Esplanada já começaram. As negociações se fundem, inclusive, com a sucessão na Câmara, onde PT e PMDB já se preparam para travar uma guerra pelo comando da Casa. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ) já colocou sua candidatura nos bastidores. Dilma e o PT não aceitam seu nome. O PT, que fez a maior bancada, reivindica o direito de presidir a Câmara.

A rebeldia de Cunha é apenas um item da fatura a ser apresentada à presidente pelo PMDB. Partido do vice-presidente Michel Temer e principal aliado do PT, o PMDB quer aumentar seu tamanho na Esplanada e acomodar derrotados nas eleições estaduais, como o ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), que perdeu a eleição para o governo de seu Estado e trabalha para ser indicado pelo partido para a pasta da Previdência, no lugar de Garibaldi Alves, que pode voltar ao Senado.

Além de manter as pastas da Agricultura, Minas e Energia, Turismo, Previdência e Aviação Civil, também pedirá os ministérios das Cidades ou Integração Nacional. No entanto, o nome mais cotado para a pasta de Cidades é o do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), que terá nas mãos um dos principais programas do governo para gerenciar: o Minha Casa, Minha Vida.

O PSD também manterá o ministro Guilherme Afif Domingos na pasta da Micro e Pequena Empresa, no entanto, Afif é considerado cota pessoal da presidente.

O PMDB prevê uma disputa interna pelo ministério da Agricultura. Recém-filiada ao partido, a senadora Kátia Abreu (TO), forte representante do Agronegócio e aliada da presidente, quer o controle da pasta, hoje nas mãos de Neri Geller, um nome do PMDB de Minhas Gerais, apoiado por Cunha e por outro amigo da presidente, o empresário e senador Blairo Maggi (PR-MT). No ano passado, quando a senadora ainda era filiada ao PSD, ela perdeu secretarias influenciadas por ela para nomeações defendidas por Cunha.